domingo, 18 de novembro de 2007

Capítulo V - Amor non eliget personas!

Cinco anos haviam se passado. Nossa história começa a tomar outros rumos. Alguns personagens a vida fez questão de mudar, como o casal Mauro e Letícia... Outros não mudariam nunca, por mais que os anos se passassem. Mauro, no auge de seus 24 anos, era um homem casado e exercia as profissões de advogado e professor. Sua esposa Letícia seguira também para a área do Direito, mas estava estudando para fazer concurso... Ela queria o Mestrado em Direito Ambiental mais que qualquer outra coisa na vida.

Os pais de Letícia haviam morrido há 2 anos, deixando-lhe uma imensurável fortuna. Milionários, eles eram contra o casamento, achando que o professor seria um atraso na vida dela. A moça mudara muito nos últimos cinco anos. Continuava linda, inteligente e culta, mas nessa etapa da vida havia se transformado numa mulher mais madura, ambiciosa e decidida. A doçura e a ingenuidade de outrora haviam ficado em algum momento do passado.

Letícia era louca por Mauro. Ele não a amava, embora tivesse se casado com ela. Ele tinha sim um grande carinho e havia paixão no casamento, mas ele havia descoberto, com o passar do tempo, que amor de verdade não era o que ele sentia pela esposa. O advogado brincava que "o amor da sua vida havia se perdido por aí" e ele havia cansado de procurar...

20 de maio de 2012. Aquela tarde de quinta-feira estava meio estranha. Era um daqueles dias em que se tem uma sensação esquisita de que tudo parou e que um silêncio irritante toma conta de tudo e todos a sua volta...

17h. Letícia acaba de perder uma causa e está furiosa. Discute com o promotor público e sai nervosa do Fórum de Campos. Alguns minutos depois, já na Avenida Alberto Torres, ela percebe que havia deixado as chaves de casa na mesa do Tribunal. Era tudo que ela precisava para explodir naquele dia!

Mauro, em sala de aula, tem uma misteriosa visão: um campo cheio de rosas brancas e uma rosa vermelha que desabrocha no meio delas. Uma aluna lhe interrompe: "Teacher, are you ok?" "Sure... I'm fine!"

17h45min. Os alunos da Faculdade de Medicina de Campos fazem protesto na Avenida Alberto Torres. As bolsas da prefeitura estavam atrasadas, professores recebiam mal (os que recebiam) e os alunos bolsistas começavam a se complicar com as mensalidades...

Letícia passa naquela avenida numa altíssima velocidade e atropela Isadora, uma das manifestantes. A pobre moça voa longe desacordada. Preocupada, a advogada põe a universitária no carro e a leva para o hospital. Ela liga para o marido e pede que a encontre lá...

18h15min. Mauro chega no hospital esbaforido e encontra a esposa e a jovem acidentada. Ele fica encantado com Isadora. Letícia, no auge de sua irritação, não gosta nada de ver a cara de pateta dele. Mal sabia ela o que se passava na cabeça (e no coração) daquele homem! Isadora é atendida e o casal conversa sobre o acidente.

Fernando, noivo da moça, nota a demora dela e liga para o seu celular. Letícia atende e lhe explica a situação. Ele fica desnorteado e vai pra lá. Isadora opera uma lesão que sofreu no lado direito do cóccix. Algumas horas depois, a jovem se recupera bem, já no quarto. Letícia tem uma audiência importante e deixa o marido cuidando de Isadora, já que o noivo dela não havia podido ficar por muito tempo.

2h do dia seguinte. Isadora acorda. Mauro a estava observando. Isadora olha fixamente o professor e depois a sua volta. "Quem é você? O que que eu tô fazendo aqui?" "Calma... Você foi atropelada pela minha esposa, Letícia, quando estava numa manifestação em frente a faculdade, lembra?" "Lembro, mas... Eu quero ir embora, eu..." "Sh... Fica calma... Nós te trouxemos pra cá e você precisa se recuperar primeiro... Sua saúde ainda está debilitada!" "E quem é você mesmo?" "Prazer, meu nome é Mauro. Mauro Monteiro Reis Velasco." "Nossa! É nome de guerra?" "Engraçado que todo mundo pergunta isso, mas é meu nome mesmo... Fazer o que se a gente não escolhe o próprio nome né?!" "Engraçadinho você..." "Eu? Nem um pouco!" "Nossa, você já é casado? Tão novinho... Bem, pelos menos tem cara de novo né?! Desculpa, mas quantos anos você tem?" "24 anos. Me casei há 2 anos." "Uau, isso é que é amor, não me vejo casando com 22 anos nunca..." "as vejo pela sua bela mão direita que você é noiva... E deve ser novinha também!"

"Sou 3 anos mais nova que você... Sou noiva, mas... sei lá! Não penso em me casar tão cedo! O Fernando é uma gracinha, mas não o amo!" "Fernando... Acho que foi ele quem esteve aqui mais cedo... Acho que ele parece gostar muito de você né?!" "Gosta sim... O Fernando é um amor de pessoa. Romântico, adora peosia, inclusive é professor de Literatura, e é um homem quase perfeito..." "Quase?" "É... quase... não sei, mas não sinto por ele todas aquelas coisas que dizem do amor, sabe? Aquelas baboseiras, mas que todo mundo sonha sentir um dia? Sininhos tocando, coração disparado,..." (risos)

"Entendo... Engraçado, mas eu também não sinto nada disso por Letícia!" "Ué, e se casou com ela por que então?" "Nem seu sei... Achei que fosse a mulher mais ideal, já que minha "alma gêmea" cansou de me procurar por aí..." "Não fale assim! Foi sua alma gêmea ou você que cansou de procurar?" "Sei lá, acho que os dois!" "Você fala de um jeito tão negligente!" "Não, não é isso! Você que é certa demais do que quer. Pow, quem dera se a minha mulher fosse assim. A Letícia me ama, sei disso, mas é uma mulher estressada demais, sabe? Nunca tem tempo pra gente! Queria que ela fosse uma mulher mais doce, mais de bem com a vida, menos amargurada... Uma mulher... como você assim!" "Como eu? É piada né?! Bem, já que é pra entregar os podres, vamos lá... (risos) Eu queria que o Fernando fosse um pouco mais real..." "Mais real?" A moça senta na cama e eles se aproximam mais. "Queria que fosse um romântico mais presente, mais vivo,... Ele é meio platônico, sabe?" "Uhum..." "E o que você faz da vida?" "Sou advogado e professor de línguas..." "Que legal... Nossa, línguas no plural?" "Leciono inglês, espanhol e francês..." "Ui, O intelectual..." "Olha quem fala... Estudante de Medicina, deve comer os livros!" "Ah, eu meto a cara mesmo..."

Silêncio absoluto. "Que foi, garota, que você me olhou séria agora?" "Nem queira saber dos meus pensamentos... Me mataria se soubesse!" "Ah, mas você agora vai falar..." "Não vou!" "Então eu vou embora e você vai ficar sozinha aqui..." Mauro levanta e Isadora lhe segura o braço. Ela olha em seus olhos e diz: "Fica! Por favor..." "O que você pensou?" "Que parece que eu te conheço há tanto tempo... Em poucos minutos de conversa, percebi que... Percebi que é uma pena você ser casado... Não me leve a mal, por favor!" "Esses seus olhos verdes-esmeralda, Isadora, me dizem que você é quem eu procurava há séculos..." Isadora sorri e eles se beijam.

3h. Letícia arruma as coisas no escritório e guarda a papelada na gaveta. Aquele dia havia sido muito cansativo e o que ela mais queria era ir pra casa e encontrar o marido.

8 comentários:

estrelinha disse...

Ai meu pai..com esses olhos esmeraldas,Isadora vai acabar com tudo..tadinha da LÊ....

jonas menezes disse...

pois é os amores acontecem quando menos espera, e veja só Mauro e Isadora!!!! um atropelamento.... e muda a vida de todos,enfim cenas dos próximos capítulos!!!! valeu.

Anônimo disse...

Eu acho que os dois tém o direito
de viver essa paixão,já que não são felizes no casamento.

Unknown disse...

Putzs!
que desgraça na vida dessa mulher!
vc n podia escrever q eles eram um casal feliz eblablabla!
o carinha eh um safado pq caso com uma mulher q n amava!tenho pena dela ela merece coisa melhor!

I'm only sure of the here and now disse...

Legal o conto! A personagem com o nome de Isadora foi ótimo..rsrs

Franci disse...

Rapidinhoo ese casal hein!!!!!!!!
Esse Mauro hein!!!!!!
hahahhahaha
adorei!

Unknown disse...

q isso hein!!!como jah t disse minino!!pra encontra um amor assim vale ateh a pena ser atropelada!huahuahua

Anônimo disse...

úúúúúúú, falo naaaaaaaada =X