terça-feira, 15 de junho de 2010

Mensagem Pós Dia dos Namorados

NAMORO NOVO

A cada dia tenho a sensação de estar “em namoro novo”. Brinco com a expressão porque o início de um namoro sempre é gostoso, o casal ainda está se conhecendo, mal sabe o que o outro gosta ou não gosta, sonha ou não sonha... “Estar em namoro novo” é aquela coisinha gostosa de ouvir o telefone tocar e sair correndo feito louco pensando, ou até mesmo dizendo: “É meu bebê!”. “Estar em namoro novo” é acordar de manhã cedo, dar aquela espreguiçada básica e pensar “Será que já acordou? Será que tomou café da manhã? Será que está pensando em mim?”.
São tresloucadas as sensações no “namoro novo”. Você fica ansioso, excitado, feliz, radiante, enfim, tudo ao mesmo tempo. A sensação é a de que o mundo vai se desfazer, vai acabar em segundos e que você precisa dizer para aquela pessoa: “Ei, psiu, te amo!”. Da mesma forma, a vontade é de ter o controle remoto da película Click: parar o cena e ficar a deliciar-se por lograr êxito em driblar o tempo para ter mais um segundo, que seja, ao lado da pessoa amada.
“Namoro novo”... Troço bão sô! As crianças já aprendem desde pequenas a curtição, e ensaiam tão logo um “tá namorando, tá namorando”... Oh, vontade de voltar aos cinco anos de idade, só para dizer: “Eeeeei, olha, to namorandoooo, to namorandoooo!”. “Namoro novo” é puro sexo! É um sexo assim quase Cirque Du Soleil (com licença poética aos autores da Terça)... É um sexo que envolve dados de posições, géis de chocolate, preservativos aromatizados e a curiosa “doceneta”.
“Namoro novo” e “doceneta” têm tudo a ver! Meus leitores puritanos exacerbados por favor não leiam o resto desta crônica. Claro, porque uma caneta que escreve no corpo e ainda tem sabor de leite condensado é uma das invenções mais revolucionárias e (diga-se de passagem) bem pensadas da indústria de produtos eróticos! Ah, “namoro novo”, “sexo” e “gargalhadas” também têm tudo a ver!
Sim, porque a carga gelada da caneta na pele produz cócegas e risos na pessoa amada, que diz, com a voz mais gostosa do mundo “Mow, pára, ker bincar mais naum... Chega di iskevê!”. “Namoro novo” é usar a bendita “doceneta” para rabiscar “Te amo” na mais suave folha de papel: o corpo da pessoa amada!
“Namoro novo” é, após um fim de semana perfeito, ouvir: “Mow, fica comigo pela vida toda?!” e sobretudo responder, estufando o peito, “Só se o para sempre começar agora!”. “Namoro novo” é ouvir “Oi, gostoso!” ao fazer aquela ligação e abrir um sorriso que custa a voltar para o lugar.
“Namoro novo” é fazer “barrinha de chocolate”, “sorvete de flocos” e “batatinha frita” virarem apelidos tão somente por ser “a primeira coisa gostosa que veio à cabeça”. “Namoro novo” é assistir a “Verônica”, “Lembranças”, “A ilha do medo”, “Tristão e Isolda”, “A órfã”, “Chico Xavier”, “Fúria de Titãs”, “Uma noite fora de série”, “Premonição 4” (dormimos, mas valeu a pena só pelo cheirinho do cangote), “Simplesmente complicado”, etc., tudo bem agarradinho e passando o dedo médio na palma da mão (nada sugestivo).
Ai ai... “Namoro novo” é recordar tudo isso em 5min, só para chegar aqui e dizer: “Amor, te amo muito, tah?!”. RS RS RS

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Por que professor?

Li uma citação maravilhosa no blog da professora Dr.ª Elenita Rodrigues, da qual virei fã (vocês já perceberam neh?! rs). Ela me tocou bastante (tanto a citação como a doutora... rs):
"Sou professor. Vou morrer professor. (...) O sonho de qualquer professor é justamente fazer alguma diferença na vida das pessoas, de seus alunos, da comunidade. Já pensei em muitas profissões, mas a cada dia mais vejo que o mais sou e quero ser é ser professor. Por isso não me preocupo muito com bens materiais. A riqueza de um professor é aprender e ensinar a aprender."
(Luiz Almeida Marins Filho)

Por uma vida um tanto menos ordinária

Galera, segue um texto magnífico, escrito pela prof.ª Dr.ª Elenita Gonçalves Rodrigues, aquela mesmo do BBB10. Para aqueles que julgam que só participam do Big Brother gostosas e gatos "corpo sem cérebro"... Cara professora, meus parabéns! Torço por você!




Por uma vida um tanto menos ordinária

Esses dias eu conheci um mocinho na balada. Muito educado, gracinha, alguns anos mais jovem. A aproximação dele aconteceu de forma direta e gentil, muito bem orientada. Desde o início ele sabia o que queria e exalava a confiança (talvez proveniente da extrema beleza) de que podia qualquer coisa que quisesse… Alguns minutos conversando comigo, ele tentou um beijo. Não dei.
Não sei dizer ao certo porque sequer troquei telefone com ele. Talvez — apesar do meu desejo — eu tenha usado aquela situação pra refletir e perceber que o discurso feminista que a gente sustenta tanto, aquele mesmo da independência e iniciativa feminina, pode gerar o efeito contrário muitas vezes.
A gente estava tendo uma conversa deliciosa… Mas quando o amigo chegou com seu olhar de reprovação vc-tá-nessa-ainda e o moço se deu conta que havia passado 30, 40 minutos conversando apenas comigo em uma boate lotada de gente (leia-se muitas possibilidades) retraiu-se. Fui educada e simpática, agradeci a companhia e saí.
Por que contar essa história? Porque eu acho que toda mulher merece um cara que gaste mais de 40 minutos, insistindo, conhecendo e se deixando conhecer antes de tentar colocar a língua dentro da boca dela. Nada contra a filosofia do “ficar”… Mas é que hoje eu vejo que a nossa vida perdeu boa parte do romance. E da corte, do flerte, da conquista, da sedução… As relações são quase todas fast-foods, e a gente tem tanta fome de viver, que vai atropelando fases e vai atropelando tudo. E mata — sem se dar conta — o tempo necessário pra perceber se aquela história podia ser mais… Se o cara era legal, ou você era legal… Vai saber.
Eu acho que eu tô ficando careta. Nunca achei que eu fosse dizer isso, mas tô. Acho que a gente veio “deseducando” os homens durante todo esse tempo, e deixou tudo tão fácil, tão disponível e tão acessível que matou todo o encanto…
Por que simplesmente não beijar o cara quando estiver com vontade? Por que relutar em atender a cada desejo e necessidade nossa (inclusive sexual) no instante mesmo em que elas aparecem? Afinal, não somos mulheres modernas? Respondo.
Porque depois de um tempo, a maioria de nós reclama de solidão e vazio. E não entende por que ele não percebeu que você é incrível e te convidou para a festa da empresa. E se sente abandonada, sozinha…
Fazer um almoço completo, com uma salada gostosa, uma massa com molhos, temperos e a proteína escolhida, pode dar o trabalho de ir pegar os tomates frescos na feira, marinar o peixe, lavar as folhas, misturar condimentos, mas traz uma experiência e um sabor que não podem ser comparados ao de passar no drive-thru daquela loja de sanduíches e ingerir em dois minutos o cheeseburguer com bacon.
Eu não quero beijos fast-food, não quero sexo fast-food. O cheeseburguer pode ter lá o seu espaço e o seu charme, mas é barato, gorduroso, faz mal pro coração e deixa a gente se sentindo feia e inchada no dia seguinte. Como nós, os homens também querem ser sacudidos até perderem o juízo, também querem se sentir vivos. Também querem se apaixonar e — por mais que neguem — encontrar aquela que enlouquecerá suas cabeças. Me chamem de quadrada, mas eu não acho que vai ser a moça cuja língua ele conheceu antes mesmo de dar oi. A mesma moça que depois, em casa, vai ficar se perguntando por que histórias incríveis só acontecem no cinema.
(Ao moço dos olhos azuis que conheci numa noite de quarta em dezembro naquela boate do lago, saiba… eu teria dado o meu telefone a você.)