domingo, 6 de dezembro de 2009

A difícil arte de ser feliz

"Hoje em dia, não há mais uma explícita, uma clara
noção do que seria felicidade, como antigamente."
Arnaldo Jabor
"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que
a felicidade está numa caixa de bombons."
Carlos Drummond de Andrade


Felicidade... Em Latim, a palavra felix (genitivo felicis) queria dizer - originalmente - “fértil”, “frutuoso” (”que dá frutos”), “fecundo”. A raiz da palavra está relacionada, como se percebe, a "propício, favorável,..." e, por extensão metafórica de sentido, tínhamos também "afortunado", "alegre", "satisfeito"...
A noção de felicidade como um objetivo inerente a todo e qualquer ser humano é um constructo histórico. Nem os antigos nem os medievais tinham a concepção de que nasceram para serem felizes. O homem da Idade Média pensava que havia nascido para fazer o bem, e assim conseguir adentrar o reino dos céus. Perceba: "fazer o bem" numa concepção teológica, ainda que isto implicasse em renúncia da felicidade terrena, uma vez que a verdadeira felicidade encontrar-se-ia no Reino dos Céus.
Chegamos à Idade Moderna, que historicamente se inicia com a tomada da Cidade de Constantinopla (atual Istambul) pelos turco-otomanos, em maio de 1453. Sob os ordens do sultão Maomé II, que violara o Tratado Bizantino, o exército otomano toma a capital, pondo fim ao Império Romano do Oriente. A Idade Moderna estendeu-se até a Revolução Francesa, em 1789.
Eis que o teocentrismo foi, gradualmente, dando lugar ao antropocentrismo. A dúvida entre o céu e a terra, entre o perfeito-religioso e o inacabado-humano, entre regozijos terrenos ou paradisíacos, tal dúvida é, como se sabe, clássica do Barroco, uma das mais belas e significativas escolas literárias.
O homem moderno passou a ver a felicidade quase que como uma obrigação de vida. "Se não se tem certeza da existência de um plano que se sobreponha à materialidade deste, vivamos o aqui e o agora." São desse período a Reforma Protestante, o Humanismo e o Renascimento... Ser feliz era, para o homem moderno, algo mais próximo da sua realidade do que o era para o medieval.
E o que dizer do homem contemporâneo? O homem moderno viu que sem o ideário religioso também não era possível viver de forma "plenamente realizada". Nós, contemporâneos, somos, por fim, esse melting pot, esse crisol de raças que buscam feitos loucas um alicerce plausível para justificar a própria existência.
Esquecemo-nos, pois, que, na vida, não somos meros espectadores do nosso show, somos os atores desse espetáculo e, quiçá, os próprios autores dessa dádiva. Ser feliz é, antes de mais nada, assumir o controle das nossas próprias vidas. É sair do banco do carona e começar a dar os rumos dessa caminhada. Caso contrário, voltaríamos à ideia medieval de "cegueira". Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás - aprendemos com Che.
"Amar-se primeiro. Amar-lhe depois." Parece egoísta, mas não é feliz aquele que ama alguém mais que a si próprio. Convenhamos que a própria ideia de ser feliz tem a sua carga de egocentrismo. E por que não? Permitamo-nos esse deleite algumas vezes. Há um provérbio nepalês que diz que os melhores relacionamentos são aqueles em que o seu amor pelo outro é maior que a sua necessidade do outro.
O que é ser feliz? Não sei! Mas sei o que é não ser feliz... Discípulo de José Régio (poeta português) que sou, digo que primeiro defino o que não quero na vida, para depois buscar o que quero. Já fiz a minha lista de coisas que me farão feliz se eu não fizer ou tiver. E confesso: só com isso já sou uma pessoa mais feliz!
Concluo novamente com os nepaleses: "Ame profundamente e apaixonadamente. Você pode se machucar, mas é a unica maneira de viver a vida em sua totalidade."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fugere vitae!

Tarde de segunda-feira, feriado de 02 de novembro (Finados).


A som de Sem Você (Rosa de Saron), tomando sorvete de flocos com cobertura de menta, encontrei um texto lindo e sensível. Pena que sua mensagem me machucou, de imediato, a boca do estômago e, algum tempo depois, o coração.


Bem, Luíza, Ana Cláudia, Francimara, Lívia... Leitoras que me acompanham já faz algum tempo... Meu coração, como Lívia já previra, fez besteira de novo! Haja mais esparadrapo nele!!! Rs...


Vamos à música e ao texto.


SEM VOCÊ (Rosa de Saron)


Minha vida, minha história


Só fez sentido quando te conheci


Seus olhos, sua face, me levam além do que pensei


Se às vezes me escondo, em você me acho


Nem dá pra disfarçar


Preciso dizer: você faz muita falta




Não há como explicar...



Foi sem você que eu pude entender


Que não é fácil viver sem te ter


Meu coração me diz que não


Eu não consigo viver sem você, sem você



Foi sem você que eu pude entender


Que não é fácil viver sem te ter


Meu coração me diz que não


Eu não consigo viver sem você, sem você


Nunca sem você


Meu senhor, meu senhor eu não sou nada,



Sem você, sem você...


O texto:



Os tempos do verbo AMAR (Francisco Pereira Nóbrega)


Avisa-se a quem interessar possa que "amar " é verbo irregular. Não me peças seus tempos que todo tempo é marcha para o fim. Mas o amor, enquanto perdura, pode ser eterno.

O presente do verbo "amar" começa no passado. Quando alguém diz " te amo" , já começou a amar. Como o passado, também se conjuga o futuro. Quem disser " amanhã te amarei" está dizendo que o amor já começou.


O condicional é tempo que este verbo desconhece. Você diz "vou se" "atravesso se" - e expressa a condição. Mas o amor desconhece condições. Você vai, vem, atravessa, salta obstáculos impossíveis porque ama. Imagine que alguém amaria a jovem, "se" fosse rica. Quem assim pensa, jamais amará. Porque se ama apesar da pobreza, de tudo o mais. Condições não há. Ao final, a gente nem sabe por que ama. Ao amor não se pergunta o porquê. O amor não tem lógica. A lógica não tem amor.

Para se amar, existir é a condição única. Só isso é suficiente ao vento que leva o pólen às flores do mesmo galho, aos átomos nas moléculas, às estrelas nas galáxias. Para se amar, todo condicional é supérfluo. Nasci livre para fazer na vida o que quisesse. Mas nasci condenado a amar.

Não tem condicional este verbo, nem imperativo sequer. Se amor fosse uma ordem – de fora para dentro –em sua própria essência estaria esvaziado. O amor é o imperativo que vem de dentro. É a escravidão voluntária e gostosa. Quando ela acontece, ninguém se pertence mais.

O tempo perfeito também não existe. O amor dos humanos é feito de ciúmes, briguinhas, até gostosas demais. Ao final, toda reconciliação é maior que o atrito que passou. Nisso, os que se amam fazem consigo o que Deus faz conosco: depois de cada falta o mesmo amor.

Se não há tempo perfeito, menos ainda o mais-que-perfeito. Deixemos às máquinas, aos computadores a rotina da perfeição acabada. O amor é avesso à eterna repetição do mesmo.

A mulher se renova todos os dias, diante dos espelhos, nos mil requintes da feminilidade, buscando o mais-que-perfeito que – ela mesma sabe – é tempo que jamais conjugará. E o homem acostumou-se a dela pensar que uma face resta que ainda não foi revelada. A perfeição acabada se fossilizou no passado. O amor é futuro que nunca termina de chegar.

Todos os tempos, portanto, se confundem na irregularidade do verbo "amar". Em compensação, outros tempos restaram que noutros verbos não há. São os tempos de amar escondido, proibido, do amar inconfessável. É o verbo amar nas formas que nem se pode pensar.


E a memória registrou:



Campos dos Goytacazes, 02 de novembro de 2009.

Sem comentários!


sábado, 5 de setembro de 2009

Fasezinha gostooooosa...


Caros leitores,

Segue um trecho fantástico de um livro que li há alguns anos... Comentários estão abaixo.

"MANTENHA A SUA SENSAÇÃO DE CONTROLE


Em todos os aspectos da vida, você vai sentir muito mais satisfação e menos estresse se mantiver a sensação de controle. É preciso sentir que sua vida depende de suas decisões, independentemente do que possa acontecer ao seu redor. Um relacionamento saudável lhe dará anoção de que suas decisões são importantes, enquanto um relacionamento ruim fará você achar que elas são irrelevantes. Procure manter sempre a noção de controle em tudo o que fizer.
Madge e Eddie estão casados há quase setenta anos. Durante esse tempo, viram muitas coisas mudar no mundo. O que deu tanta força para que ficassem juntos?
"O amor", respondeu Madge. "Só isso." Depois, ela ri e acrescenta: "Naturalmente, houve respeito mútuo, paciência e muito diálogo. Mas tudo isso só foi possível porque gostávamos muito um do outro e tínhamos certeza de que, apesar de todas as dificuldades de qualquer casamento, estávamos felizes quando nos sentíamos próximos um do outro."
Eddie acredita que as discussões que tiveram também foram de grande ajuda, porque ajudaram a promover os ajustes necessários e fizeram com que eles se conhecessem e se aceitassem melhor. "Digamos que alguma coisa não saísse bem. Ficávamos muito zangados. Ficávamos sem falar um com o outro. Mas, assim que a raiva diminuía, conseguíamos conversar. A certeza de que queríamos ficar juntos ajudava a superar as crises e os problemas."
Para Madge, toda essa sabedoria e esse conhecimento foram aprendidos através do "bom e velho bom senso.Você precisa dar e receber. Mas tem que manter o controle sobre si mesma todo o tempo. Nunca ir longe demais".
"Qualquer pessoa que disser que nunca discute ou briga é uma mentirosa descarada", ela afirma, baseada em sua extensa experiência.
Quando as coisas ficavam pesadas demais para Madge, ela tirava um fim de semana para dedicar-se a si mesma. Não se tratava de um gesto hostil, era apenas um sábio investimento na relação. "Ainda gosto de ficar sozinha de vez em quando", disse ela. "Se você não gosta de você mesma, como vai gostar dos outros?" Ela sorri, afaga a mão do marido: "Amo esse velho patife e não gostaria nunca de me livrar dele."
As pessoas com uma sensação de controle sobre suas vidas, seja na carreira ou no relacionamento, apresentaram uma probabilidade sessenta e seis por cento maior de se declararem felizes e satisfeitas.
Chou e Chi, 2001.


(Extraído de NIVEN, David. Os 100 segredos dos bons relacionamentos. Tradução de Simone Lemberg. Rio de Janeiro: Sextante, 2003)
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A mensagem é muito significativa né, galera?! Eu estou assumindo o controle da minha vida, depois do pay-back time. Lembrem-se sempre de que devemos nos amar primeiro, para depois amarmos alguém. Tudo bem que eu aprendi isso na marra, à base da porrada, mas... Estava com saudade de vocês, leitores lindos!
Claudinha, Lívia, Francimara, Luíza... Amo vcs!
E a vida continua... Se o maquinista te colocar pra fora do vagão do trem, erga a cabeça com dignidade, e dê tempo ao tempo... Um outro trem chegará até você! E vc subirá, cumprimentará a todos, e seguirá viagem, como se nada tivesse acontecido! Quem gosta de ser tratado a pão-de-ló, amadas, são os amigos e não os amores... Não se pode amar "demais", devemos amar "na proporção certa".
Não incorram no mesmo erro que incorri, ainda que não me arrependa de nada que vivi... Como diria Clarice: "Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento!"
Beijo grande!
Douglas Lemos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aniversário de 15 anos (Juliana Monteiro)

Minha irmã,

O que parecia tão distante, finalmente chegou... Falávamos dos teus quinze anos há bastante tempo! Quantas conversas, discussões, lágrimas, entre muitas outras coisas, essa festa não custou, não é?! Venho há uma semana pensando em algumas palavras para te dizer neste dia tão especial não só em tua vida, mas na vida de todos que te amam e te querem bem...
Eis que a arte de escrever, tarefa antes tão fácil para mim, transformou-se hoje numa árdua experiência. Parece que as palavras me escapam, e brincam de se esconder em minha mente... Logo hoje! Ai, é tão difícil... Tão difícil dizer tanta coisa... As palavras, por melhor escolhidas que sejam, não dão conta de transmitir tanto sentimento que há dentro do meu peito... Talvez por ser a minha irmãzinha, o meu bebê, a minha princesinha, a minha menina... Talvez por serem quinze anos... Ou simplesmente por eu amar tanto você, meu amor!
Meu Deus, como o tempo passa, sem que a gente sequer se dê conta disso... Ontem você era tão, tão menina... Tão frágil, tão garotinha... Agora me abraça tendo a minha altura... Ontem a gente fazia piscinas na areia da praia, corria pelo Caparaó, inventava mil e uma brincadeiras na casa da praia,... Hoje a gente ensaia passos da sua valsa de 15 anos...
Lágrimas me cortam a face sem nem pedirem licença... O coração parece bater descompassado, sabe, e a mente é como se se recusasse a acreditar... Que o tempo passou e que quinze anos se foram... Queria ter você sempre em meus braços, te proteger, te apertar bem forte para que nada nem ninguém pudesse te fazer mal algum... Mas tenho que te deixar viver, porque é só a vida quem ensina...
Posso é estar do teu lado, minha linda, sempre sempre sempre, em todos os momentos da tua vida... Por que? Há muitos porquês, mas o mais importante é porque eu te amo, você é parte de mim, é um dos ares que respiro, é uma das razões da minha existência...
Que Nosso Senhor te proteja, e derrame sobre você infinitas bençãos! Desejo-lhe, em primeiro lugar, muito amor e saúde. Quaisquer outras conquistas, em nossas vidas, são fruto única e exclusivamente do nosso esforço!
Que você nunca, nunca mude o seu jeitinho magnífico de ser...
Você é a irmã mais perfeita que a Vida poderia ter me dado!

Eu amo você, princesa!

Feliz Aniversário!

Do seu irmão chorão, mas que te ama mais que tudo...


Douglas Lemos

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Santiago de Chile - 27.07.09 2h

E agora, Josés? A festa acabou...
Um sonho! Não teria eu palavras outras para definir a minha viagem, ou a nossa viagem, para Santiago. Uma experiência a qual minha imaginação não teria a capacidade de produzir algo tão perfeito! Estava longe, demasiadamente longe da minha habilidade de ser humano, idealizar uma história em que tudo foi minuciosamente maravilhoso... As pessoas, as visitas, as risadas, as bebidas, os amigos... Ai, meu Deus! Já começo a chorar só em lembrar dos amigos! É surreal a forma como um grupo tão heterogêneo pôde se dar tão bem, pôde curtir tanto uma viagem...
Preciso de uma pausa para os agradecimentos... Em primeiro lugar, a Deus! Quando paro, fecho os olhos, e deixo minha mente passear, viajar, brincar com as lembranças, é como se pudesse sentir uma força sobrehumana concorrendo para que tudo se encaixasse de forma tão... tão... tão magnífica!
Em segundo lugar, agradeço a minha mãe... Por me amar, por me apoiar sempre, por me incentivar a correr atrás dos meus sonhos e, inclusive, por me apoiar nessas loucuras como a de vir a um país completamente distinto, sob a proteção unicamente de Deus. Sua presença na minha vida tem um significado mais forte do que você imagina. Não é algo dessa vida! "Te amo" é pouco para descrever o que sinto por ti, mulher!
Em terceiro lugar, aos meus amigos! Vamos aos poucos...

* Marina - Você vem em primeiro lugar, gata! Cara, quando peguei a sua mensagem de despedida ao lado do computador, chorei compulsivamente. Em duas semanas, você me ensinou a te amar, garota! Seja o que você é sempre... Linda, espontânea, sincera, de bem com a vida! O mundo precisa de pessoas que entendam que o tempo passa e que é preciso viver e não existir e, assim, fazer a diferença na vida do próximo. Você mudou a minha vida!

* Liana - Você é incomparável! Queria seus abraços todo dia, seu beijo de bom dia, seus sorrisos, seu jeitinho gostoso de viver a vida. Aprendi com você mais do que imagina que possa ter me ensinado! Não é por acaso que entramos na vida um do outro... Nunca me esquecerei que "a gente não está nesse plano para satisfazer a ninguém... vivamos, porque essa vida passa... aproveitemos e esqueçamos essa coisa de culpa...". Grande beijo, minha linda!

* Camila - "Amigo, a gente precisa conversar..." (risos). Meu coração ficou apertadinho agora em lembrar disso! Ah, te extraño tanto, cariño! Você é tão especial! Te conhecer foi demais... Demais mesmo... "Já que namorar tá difícil, vamos beber!". Sem palavras! (risos)

* Sara - Minha pseudo-francesa... Você é diferente de tudo que conheci na vida (risos)... Originalíssima! A boina, os traços franceses, o humor, o jeitinho cativante... Afinal, você não é obrigaaaaaada! (gargalhadas)... Seja sempre essa mulher espetacular que você é, afinal "o babado é certo, filha!" rsrsrsrs

* Stella - "Oh, mano, tá me tirando?" Sarang Heyo!!!! Eita coreana arretada! Linda, seja sempre essa pessoa pura que você é... Pura em todos os sentidos. Todos! O mundo precisa de pessoas que tenham a energia, a pureza, a delicadeza, o olhar, a ternura de uma criança, como você esbanja!!! Você é um ser angelical! Te conhecer foi uma experiência incrível, a ponto de me fazer rever meus próprios conceitos de "maldade", "amizade" e "inocência". Parabéns por ser quem você é!

* Leonardo - Uma pessoa insubstituível! As aulas contigo foram inesquecíveis... Divertido, original, inteligentíssimo! "Enton tá bien, neh?!" (risos). Nossa turma foi a melhor que já tive na vida... Uma integração incrível, neh?! A vida ainda te ensinará muita coisa, my dear, pode ter certeza! Grande abraço!

* Nicolas e Perroud - Vocês são duas figuras!!!! (risos). Nicolas: "Oh, Doug, me ajuda, véi, eu to borracho pra caralho...". Muito irado conhecer vocês, brothers! Valeu por tudo!

* Rebeca e Juliana - Vocês são lindas, mas são mais lindas ainda por dentro. São a prova clara de que rostinhos bonitos podem também ser pessoas inteligentes, cativantes e simpáticas. Amei conhecer vocês, meninas!

* Silvia, Cecy e Andrea - A chinesa, a brasuca e a japa! (risos)... Vocês são especialíssimas em minha vida! Obrigado por tudo que vivemos...

*Bruna e Giovana - Cuidado com o Léo, gente! Mantenham-no longe da bebida (gargalhadas)... Bruna, beba com ele, honey! É o melhor conselho que eu tenho pra te dar... Nada como emborracharse juntinho... :-)

* Raphael e Larissa - Não sei se falei isso, mas vocês formam um casal lindo! (risos). Me diverti bastante com vocês também... Vamos manter contato, beleza?

* Will, Bia, Dani, Gaby e Rodrigo - Não tivemos a oportunidade de nos conhecermos direito, mas vocês são super legais também... Amei o accento nordestino da Bia e do Will (risos). Valeu, galera!

* Emison - Falando em acento nordestino, vc é arretado hein, mocinho?! Um cara de bem c a vida, inteligente, alegre... Adorei conhecer vc, já é um amigo super especial...

Amanhã, quando estiver menos cansado, escrevo mais, galera! Boa semana a todos e boa viagem aos que ainda não voltaram para o País das Delícias...

Doug

terça-feira, 21 de julho de 2009

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Antiga descrição do meu orkut

"Eu sou a energia em transição. Sou a metamorfose ambulante. Sou o professor de Inglês, ou Espanhol, ou Português, ou História. Sou o amigo baladeiro e cômico. Sou o namorado meloso e irritantemente romântico. Sou o "enredo"... Sou o aluno cdf e chato. Sou uma poeira intergaláctica que passava do amor (Vênus) para a força (Marte), mas preferiu parar por aqui mesmo, ficar pelo meio do caminho... Sou a inconstância materializada num só ser humano!O que eu já fiz? Não muita coisa. Ainda há passos e passos a trilhar, mas posso dividir algumas poucas experiências. Já devorei caixas de bombom sozinho. Já paguei mico cantando música do Johnson's Baby Shampoo em plena aula de Informática. Já bati de carro (uai!). Já beijei com bala na boca, debaixo de chuva e só nós 2 na praia (= paraíso). Já tropecei em sala de aula enquanto explicava matéria pros meus alunos. Já sujei o nariz da minha irmã de chocolate só pra convencê-la a comer brigadeiro com Look comigo (e o pior é que ela comeu). Já morei 1 mês no exterior (melhor experiência da minha vida, dps do amor, claro). Já fiz cinco blogs e escrevi 2 contos. Já curei uma dor de cabeça com um sopro (cena surreal!). Já desci no Kaboom e senti frio na barriga.Já visitei Beto Carreiro World, Maceió, Floripa, Caparaó, Porto Seguro e Raposo. Já falei da vida dos outros (aff, diariamente). Já ri das próprias desgraças (tbm diariamente). Já durmi falando no celular. Já enfrentei sogro duro na queda e já passei pela deliciosa (e recente) experiência de namorar na frente da sogra. Já quis morrer. Já brinquei de Power Rangers (amava ser o branco, era demais!). Já assisti TV Colosso e Carossel. Já cantei junto com a abertura de "Carinha de anjo" e "Belíssima". Já fiquei com tanta raiva das vilãs como Laura, Flora e Nazaré que tive vontade de entrar na tv pra esganá-las. Já sofri por amores "não-eternos" (ainda que soubesse que nada é eterno).Já fiz amor em locais inimagináveis. Já duvidei da existência de Deus e do amor. Já fui a Igreja Universal e a reuniões de budismo. Já fiz curso de latim e curso de oratória. Já tentei aprender violão (e saquei que como músico, sou magnífico professor de Inglês).Já quis alguém que nunca poderia ter. Já traí e fui traído. Já achei que fosse perder o amor da minha vida e sofri demais por isso. Já pedi demissão de emprego e já fiz trabalho voluntário. Já fui sado-masoquista (ops, ainda sou).Já dei uma de ator e uma de cozinheiro (a primeira opção foi 10, já a segunda... enfim, voltemos ao texto). Já provoquei onças com vara curtíssima. Já me apavorei com a possibilidade inesperada de ser pai. Já ouvi a mesma música por mais de 100 repetidas vezes numa noite. Já chorei a ponto de achar que meu peito fosse abrir. Já perdi o único pai que a vida me deu.Já briguei feio com minha mãe. Já tive DRs de madrugada, ao celular. Já banquei o "psicólogo sexual" de amigos. Já prometi cursos intensivos de "não-posso-falar" pras minhas 4 melhores amigas. Já chorei de tanto rir num sex shop. Já mandei flores pra pessoa amada. Já virei amigo confidente de ex-professores e ex-alunos.Já tirei nota vermelha e fiz prova final. Já dei cola e o professor viu. Já peguei cola de aluno e prometi o zero q nunca dei. Já cheguei em casa de manhã. Já estive em cantos que minha família me mataria se soubesse. Já fiz coisas que havia prometido a mim mesmo que nunca faria. Já vi Um Amor Pra Recordar 11x e chorei 10. Já chorei horrores lendo O Terceiro Travesseiro. Já li boa parte da obra de William Shakespeare. Já interpretei o Arcanjo Gabriel e o detetive Somerset.Já palestrei sobre "Anarchism" e "Delírios mitológicos". Já me dispus a estudar inglês, espanhol, francês, italiano, árabe, grego e latim. Já me passei por outra pessoa.Já fui viciado em pkémon e Digimon e me orgulho até hoje do meu Noctowl no level 100. Já dei fatalities incríveis no Mortal Kombat. Já quis voar (e até tentei, embora a experiência tenha sido frustrante).Já fiz de tudo um pouco. E já pensei que tivesse visto tudo. Aí a vida me fez acordar e começar d novo!"

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Tinha uma pedrinha no meio do caminho...

Benvindo, André Gazola!

Adorei sua cordial resposta à crítica. Constatei vários pontos que me instigaram a alma ao ler o seu texto: a falta de academicismo é uma delas! Ora, seu tom de pseudoelitismo se apresenta tão rapidamente, meu caro? Nossa, pensara eu que iria custar a fazê-lo! Never mind...
Vamos brincar de desconstruir pontes? Olha como se brinca disso:

"Pois então, tua análise começa com uma pequena introdução de quatro parágrafos. Tu chama de introdução, mas parece mais uma sessão de massagem ao próprio ego. [Volte ao 4º parágrafo do texto em que me justifico pela introdução, e cuidado ao falar bobagem, mocinho! Coisa feia, hein?!] Na verdade o texto não tem introdução nenhuma, se não tivesse título o leitor só saberia do que se trata essa verborrose depois da citação de Voltaire. [E qual seria a graça de entregar os pontos tão depressa? Já é de praxe, num texto acadêmico, guardar as boas cartas da manga para o fim do jogo! rs] No devido texto, teus argumentos são fragéis e esparsos. Digo esparsos porque o tamanho do texto se deve a narrativas que nada tem em relação à amálise. [Vamos ver se eu entendi: meu texto tem argumentos esparsos porque é grande? Nossa, nunca soube que tamanho do texto fosse o critério para se definir a riqueza dos seus argumentos!] E são frágeis porque contradizem uns aos outros. [E que contradições seriam essas, meu caro? Não acuses sem apontar/definir as falhas. Caso contrário, fica naturalmente evidenciado sua falta de competência!] Tu citas alguém para criticar a tradução de um texto. Tu fala de raciocínio circular, mas o teu único argumento que defende Meyer é que o livro fala de amor, e que amor é bom. [Aqui então eu acho que a única coisa que posso dizer-lhe é: LEIA TODO O TEXTO OUTRA VEZ! Se fiz as citações supramencionadas, foi exatamente para trazer argumentações ricas e sustentáveis ao texto, querido, e não para mostrar excessiva sapiência. Afinal, quem muito sabe não precisa dizer que sabe, correto?] Enfim, não dou a essa aberração que você chama de texto [Ai, mas que falta de elegância! Não chamo de "texto", meu caro, chamo de CRÍTICA ACADÊMICO-LITERÁRIA! Um universitário que se pretenda profissional deve ter mais cuidado com as palavras, André!] o luxo de mais de 20 minutos do meu tempo [Tempo esse que, pelo visto, é aproveitado com comentários não-tão-cuidadosos!] e te deixo um último conselho:Dá próxima vez que quiseres refutar algum argumento, não o faça. [Amei esse final! É de uma irritação tão instigante que me conduz a orgasmos intelectuais tântricos!]"

Meu amigo, só tenho a agradecer-lhe por ter me feito rir com um comentário à altura da sua resenha! Enfim, o mundo é plural, não é, querido?!
Voltemos a Voltaire: “Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defendereiaté a morte o vosso direito de dizê-lo!

Saudações cordiais!

D. Lemos

sexta-feira, 20 de março de 2009

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Aos meus alunos do Pré-Vestibular Social Machado de Assis,
Em primeiro lugar, bem-vindos ao blog!
Aqui está o link do MANUAL da Editora Abril acerca do NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Deliciem-se:
http://www.atica.com.br/novaortografia/index_.htm
Anotem as dúvidas para a próxima aula (27/03/09)!
Bom fim de semana, pupilos!
Abs.
"Tio" Douglas (rs)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Análise da resenha sobre CREPÚSCULO do blog Lendo.Org

Caro André Gazola,

Após ler o seu texto sobre Twilight Saga e enviar-lhe aquele e-mail sobre a impossibilidade de comentar no seu blog, resolvi escrever-lhe esse correio.
Vou novamente apresentar-me para que, desde já, saiba que não se trata de nenhuma adolescente saindo da puberdade e que se apaixonou pelo Edward Cullen, desejando estar na pele da Isabella Swan. Tampouco sou um obcecado por uma obra a ponto de fechar os olhos para seus defeitos. Sou, diga-se de passagem, fanático pela literatura shakespeareana, mas não ponho o mestre de Stratford-upon-Avon num pedestal, como se o idolatrasse.
Meu nome é Douglas Lemos Monteiro dos Santos. Tenho 20 (vinte) anos e moro em Campos dos Goytacazes (norte do Estado do Rio de Janeiro). Curso Direito (7º período) na Universidade Fluminense (Faculdade de Direito de Campos) e também Relações Internacionais (5º período) na Universidade Candido Mendes. Em assim sendo, sou um universitário como você, e pretendo, a partir desse e-mail, debater com você (se me permite tal pronome de tratamento, já que temos a mesma faixa etária).
Sou formado (em curso particular) em inglês, espanhol, francês e latim. Termino esse ano italiano. Veja: não intenciono enviar-lhe um CV meu (rs), apenas quero apresentar-me como alguém que se dispõe a um debate acadêmico, o qual certamente interessa a nós dois, pois apesar de você ter detestado a série Crepúsculo, ainda assim esta lhe interessou (isso você tem que admitir, afinal, se do contrário fosse, você não haveria lido toda a série, correto?).
Para finalizar a introduction, sou professor há 8 anos (acredite! Rs). Trabalho com Português, Inglês, Espanhol, Francês e História. Amo, em primeiro lugar, a Língua Portuguesa e sou um apaixonado pela educação. Sou um pouco idealista a ponto de ainda ter esperanças de que seja essa a solução para os problemas de nossa nação.
Vamos ao que interessa...
Começaria com uma pequena citação do louvável filósofo francês Voltaire:
“Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei
até a morte o vosso direito de dizê-lo!”
Seria por demais leviano de minha parte se não houvesse, antes de fazer qualquer crítica, lido a seu respeito e vasculhado bastante o Lendo.org. Fique registrada aqui a minha admiração tanto pela iniciativa do blog como pelo conhecimento e maturidade do autor. Você, sem dúvidas, é um profissional de grande potencial e criatividade.
Pude perceber que é um homem de muita leitura e muito conhecimento de mundo. Seu blog é praticamente impecável! Suas abordagens vão da literatura clássica à contemporânea, o que também me chamou a atenção.
É uma pena que a resenha quanto às obras de Meyer fuja à toda a lógica coerente que você, por hora, apresentara em sua página virtual. Sua crítica, ainda que não seja de toda equivocada, parece um post que destoa em meio a tanta coisa bacana que você apresenta no blog.
Para início da abordagem, façamos uma análise... Em janeiro de 2008, viajei para Dublin (Irlanda), onde fiz curso de Inglês Avançado. Como requisito para aprovação final do curso, tive de dar uma palestra, uma aula sobre um tema que tivesse a ver com minha carreira. O assunto escolhido pelo professor (que era Ph.D.) foi Anarchism. Quase pirei quando ele me lançou tal desafio. Tive medo porque tenho conhecimento de História (devido a ambas as faculdades), mas não sou formado na área... Por fim, mandei um e-mail de lá para uma amiga, ex-professora minha, graduada e mestra em História, que me respondeu, salvando-me a vida (rs).
A primeira dica dela foi “Querido, Douglas, vamos começar com a seguinte orientação: os seres humanos traçam suas análises a partir de suas experiências de vida. Isso equivale dizer: são as nossas experiências que constroem, quase sempre, nossa visão de mundo. Digo isso porque não será fácil para você, num continente em que o poder estatal sempre teve uma significação mais consistente que a nossa, falar de uma doutrina filosófica que se opõem a qualquer forma de hierarquia, entende?”.
Farei minhas as palavras dela como início de minha discussão, querido! Em diversos pontos de sua resenha (sua não, da Kellen Rice), a crítica não apresentava nenhum argumento em si, apenas opinião pessoal sem embasamento científico (vale lembrar que seu blog se propõe a ter o status de um estudante universitário, certo?!).
Vale registrar também que você respondeu ao último leitor do blog que o texto original não é seu, mas que era uma tradução de Rice incluindo algumas opiniões suas. Bem, para quem domina a língua inglesa e se dispõe a ler o original na íntegra e fazer as devidas comparações, verá que praticamente não há opiniões suas! Há, na verdade, uma tradução, não tão bem feita, e uma única mudança praticamente: Rice fecha a análise dando graças a Deus pelo fim da série, enquanto você se lamenta pelo lançamento de Midnight Sun. Ora, não estivesse o link do texto em Inglês disposto no início, diria eu que você violou direitos autorais. Se bem que, com ou sem ele, você ainda usou do texto como se seu fosse ao passar até os adjetivos para o masculino (“estou horrorizado!” etc). Isso não foi elegante para um estudante universitário!
Uma vez que você é aluno de 5º período de Letras, deve ter estudado, ainda mais do que eu, o que chamamos de falácias. Refiro-me àqueles erros intencionais de raciocínio, que se diferenciam, nesse sentido, dos sofismas. Pois bem, seu texto é amplamente falacioso! Erros (intencionais) de raciocínio estão por toda a parte! Talvez a mais comum tenha sido a falácia conhecida como “petição de princípios” ou “raciocínio circular”.
Explico-me: “Quando a “justificativa” é muito longa, podemos nos perder e não notarmos que a pessoa acabou não dando evidências para aquilo que disse.” (Extraído de http://ateus.net/artigos/ceticismo/falacias_e_erros_de_raciocinio.php)
Outra falácia que o texto apresenta é o ataque pessoal (ad persona). Uma boa redação acadêmica deve apresentar pontos falhos de uma obra, e não atacar o autor da mesma. A menos que seja de sua intenção, um aluno de graduação, fazer ofensas a uma professora universitária, Ph.D., formada em literatura inglesa pela Brigham Young University. Ah, a propósito: Crepúsculo é o livro do ano da Publishers Weekly e primeiro lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times.
Há também, na resenha de Rice, André, argumentos personalíssimos! Dizer que Crepúsculo apresenta uma tendência machista é apresentar como argumento literário uma opinião pessoal bastante questionável. Poderia eu dizer também que Machado de Assis criou um estereótipo em Dom Casmurro: toda mulher dotada de beleza e sagacidade é adúltera e todo bom homem ficará com o eterno e doloroso questionamento de “Ser corno ou não ser: eis a questão!”. Entretanto, discordo de tal visão: todos sabemos que Dom Casmurro é uma obra-prima do fundador da Academia Brasileira de Letras! Capitu e seus olhos de ressaca jamais agregariam tal carga de machismo à literatura machadiana!
Se forçássemos ainda a discussão e a extendêssemos à inolvidável Romeu e Julieta, atrever-nos-íamos em dizer que a doce Capuleto apresenta-se terrivelmente submissa ao ilustre mancebo Montequio! Ora, nossa querida Julieta prefere condenar sua alma à eternidade do inferno pelo pecado mortal do suicídio a ter de viver sem a sua metade da laranja... Caro André, você por acaso encontraria embasamento acadêmico-literário para defender tal tese?
Ou ainda, quem sabe, poderíamos confundir, novamente, amor incondicional com guerra dos sexos se partíssemos para a literatura francesa: que tal brincarmos com O Conde de Monte Cristo? Edmond Dantes, o jovem marinheiro preso injustamente no dia de seu matrimônio, faz mulher a bela e apaixonada Mercedes antes do cerimônia nupcial! Oh, céus! E eu que pensava que a francesinha era inocente e pudica... Seria o romance de Alexandre Dumas mais um exemplo de amor sem reservas ou uma cruel tentativa de perpetuar valores de uma sociedade machista?
O estudo da História me ajudou a ter algumas respostas... Permita-me compartilhar algumas delas contigo! Quando trabalhei Literatura Brasileira num cursinho pré-vestibular há dois anos, usava sempre a História como irmã do conhecimento literário... O aluno de Literatura compreende melhor a análise do texto e da escola literária se tiver em sua tela mental o momento histórico referente ao tema discutido. Isso, obviamente, você sabe bem... Até melhor do que eu, após tantos debates acadêmicos de criação e estudo literários!
A passagem da Idade Média para a Idade Moderna, colocando o elemento humano não apenas como ponto nodal do conhecimento científico mas como medida de todas as coisas que existem (e tomam consciência da própria existência a partir e através do ato de pensar, com a devida venia cartesiana), tal mudança deixou marcas irreversíveis na história da humanidade... Em primeiro lugar, o Humanismo e Renascimento deram ao homem a certeza de que ele, e não theos (o todo-poderoso), daria resposta para o mundo em que ele vive.
O ser humano começa, então, a conceber que ele é o tal... “É nóis na fita!” – como diriam os meus alunos pré-vestibulandos... Para dar ainda o golpe de misericórdia, tem-se, no século XVIII, o Enlighment: o Iluminismo ou o Século das Luzes... A razão surge como elemento explicador da realidade! A racionalidade é a resposta para como o homem do Renascimento iria apresentar soluções para o seu entorno que não pelo viés teológico.
Bonito né?! Não... Não há nada de belo se entendermos que, com tanta exaltação ao próprio umbigo, o homem perdeu a capacidade de sonhar... Perdeu a habilidade de amar sem reservas! Dificilmente nos dias atuais veremos uma produção literária que perpassa os séculos com tanta vivacidade como Romeu e Julieta...
O que me encantou na obra de Stephenie Meyer foi, a priori, o sentimento que existe entre Isabella Swan e Edward Cullen. Deve ser difícil, André, para algumas pessoas entender o fato de o vampiro “vegetariano” tentar e não conseguir ficar longe da atrapalhada filha do policial Charlie e da histérica Renée. Entender o porque de algumas páginas de Lua Nova apresentarem apenas o nome dos primeiros meses em que Bella esteve longe do seu amado. Recurso que, diga-se de passagem, eu achei inteligentíssimo!
Há uma coisa que incomoda a alguns leitores de Crepúsculo: a troca energética entre o casal principal é de tamanha amplitude que viver um sem o outro é um exercício sobrehumano. E olha que Edward nem humano é, e ainda assim viver sem o seu amor não é uma habilidade que lhe assiste! Cullen consegue ler mentes e correr numa velocidade incalculável, mas não consegue viver sem uma rélis mortal... Deve ser irrisório tal fato para alguém com uma visão tal negativa da vida, não é, André?
A relação de Bella e Edward é tão encantadora que, por diversas vezes, um prefere tomar atitudes que não lhe agrada tanto porque ver o outro sofrer lhe doeria mais... Isso tem um nome, caros leitores: AMOR! Quando se ama de verdade, você vira segundo plano em sua própria vida, porque a felicidade do outro lhe é mais importante... Ah, e isso não é submissão, não é machismo, não é renúncia à própria vida: é viver em plenitude!
Pena que o golpe de misericórdia do Iluminismo impeça a tantos, dois séculos depois, de enxergarem a integridade da vida. Distorceram até a palavra: misericordia, do latim “trazer para perto do coração”. Palavra tão bonita e tão esquecida...
Nessas horas entristeço-me com o fato de as graduações cada vez terem menos carga de humanidades... Filosofia, sociologia, política... Estão desaparecendo dos cursos superiores! Que pena! Questiono-me que tipos de profissionais estão se formando...
Com o devido respeito, admiração e insuspeitosa decepção, despeço-me...
Campos dos Goytacazes, 26 de fevereiro de 2009.

Douglas Lemos Monteiro dos Santos

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Capítulo VIII (Conto II)

Naquela manhã, a casa de Anyne estava no mais absoluto silêncio. As luvas da fantasia de mulher-gato ainda estavam pelo sofá e a camisa de Lucas no canto da sala. A claridade no quarto deixava o ambiente ainda mais belo. Lucas respira fundo, e admira a amada durmindo, com a cabeça em seu peito. O sono leve da gata fazia com que ele respirasse bem devagar, com receio de acordá-la. Era tão gostoso vê-la adormecida sobre o seu peito! Lucas não queria sair dali por nada.
O dia amanhecia com um sol revitalizante e convidativo, quando o celular do professor vibra sobre o criado-mudo ao lado de cama e ele se apressa em atendê-lo para não despertar o anjo de seu soninho.
“Oi, Helena! Bom dia!” “Bom dia, querido! Desculpe ligar cedo, mas tenho notícias... Boas e más!” “Começa pelo pior, vai...” “Bem, Thaynam já me ligou três vezes porque você não deu sinal de vida desde ontem. Lucas, pelo amor de Deus, quando você for pra casa de Anyne, primeiro me avise pra eu não dar mancada quanto a sua mulher e segundo ligue pra ela pra dizer que você “chegou bem” ao seu destino.” “Pode crer...” “Você conhece bem a esposa que tem, meu lindo! Ela fica preocupada se não ouve sua voz por mais de algumas horas...” (risos) “Obrigado pelos toques, amiga! E a parte boa seria...?” “Oficialmente Preservação da Mata Atlântica já é uma organização regulamentada! Já estamos em funcionamento!” “Ai, que benção ouvir isso, minha amiga! Fico muito feliz!” “Fique feliz, mas ao mesmo tempo prepare-se, porque já começamos a trabalhar hoje.” “Alguma notícia de Caio?” “Sim! O prefeito terá uma coletiva hoje, no salão do Paladium Hotel, para tratar dos planos do Águas de Alvorada Resort.” “Precisamos agir então, Helena! Esse resort não vai sair do papel...” “Já liguei pra todos da ONG e vamos armar um barraco lá hoje! (risos)” “Será que protesto é a melhor opção?” “Querido, será uma coletiva com os poderosos do empresariado baiano. Não creio que os empresários fiquem satisfeitos em ver oposição ao projeto do prefeito, veiculada ainda em rede nacional...” “Pode apostar que não!” “Nos reuniremos ao meio-dia, Lucas, na sede da organização.” “Tudo bem. Vou passar em casa agora, tomar um banho e te encontro lá em 1h e meia.” “Fechado, professor!” “Beijos, anjo!”.
O biólogo levanta-se cuidadosamente. Admira por mais um tempo a bela durmindo... A respiração leve e calma. Ele, então, passa a mão nas peças de roupa e parte para casa, deixando apenas um bilhete: “Uma noite perfeita com uma mulher mais-que-perfeita. Te amo!”. Lucas dá a volta na praça quando avista dona Harmonia. Ele pára o carro e estende a mão para cumprimentá-la.
“A benção, mainha!” Com um sorriso materno, Harmonia se aproxima do carro e põe a mão direita sobre a sua testa. “Deus lhe abençoe, professor!” “À senhora também, vixi, mainha!” “E onde vais tão cedo, filho? Não estás na universidade hoje?” “Eu e Helena vamos fazer uma mobilização em frente ao Paladium, querida, porque o seu filho estará com a coletiva do resort...” “Aquilo já deixou de ser meu filho há anos!” “Bem, mainha, seja lá como for, preciso ir...” “Que Nosso Senhor lhe guie, filho!” “Inté, mainha...”.
Dez minutos depois, Lucas entra em casa. “Meu amor, eu já estava aflita! Onde você estava?” “Thaynam, eu saí de casa não faz nem 24 horas. Estava sem sinal onde eu estava e o celular não estava funcionando bem.” “Ai, amor, liga do hotel pelo menos pra dizer que chegou bem da próxima vez...” “Ok...” – responde Lucas abraçando a esposa e beijando-lhe o pescoço. “Promete?”. “Ai, Thay, prometo!” – a mulher abre um sorriso ao mesmo tempo que beija o marido apaixonadamente.
“Gatinho, você chegou e já vai sair?” “Vou com Helena e o pessoal da ONG pra manifestação no Paladium.” “Aquele mimado do Caio não desistiu dos planos de construção do resort?” “Ao que tudo indica não, meu amor!” “E o povo ainda vota no cara! Brasileiro não sabe votar mesmo né?!” “Nós, brasileiros, aprendemos a votar por conveniência, meu amor! Infelizmente...” “Infelizmente mesmo!”. Lucas toma banho, enquanto Thaynam conversa com ele sentada no chão do banheiro, lixando as unhas. “Amor, chegou uma correspondência pra você hoje bem cedo...” “De onde?” “Sem remetente, gato!” “Estranho...” – responde um pouco intrigado. “É...” – fala a mulher concentrada nas próprias unhas.
Lucas sai do banho e escolhe uma roupa, enrolado na toalha. Joga a carta em sua pasta, quando o telefone vibra. “Mais-que-perfeita foi a noite, seu bobo! Também te amo!”. O professor abre um sorriso e Thaynam pergunta o que foi. Lucas desconversa, mas a mulher não engole a desculpa.
Não duraria meia hora para, então, Lucas estar saindo de casa e a esposa sentir um cheiro diferente na roupa que ele havia tirado e jogado no cesto. A psicóloga podia apostar que seu sexto sentido lhe dizia alguma coisa...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Conto III - Primeiro capítulo

Salve, salve, amigos!


Em tempos de Big Brother, essa entrada é até chata neh?! rs


Vamos ao primeiro post de 2009!!!!


Bem, atrever-me-ei, logo de cara, a cometer um pecadinho venial com meus amigos-leitores: vou dar uma pausa no conto II e abrir de uma vez o conto III!


Justifico-me: esse blog é como meu pequeno diário virtual e as histórias vão saindo conforme as idéias aparecem em minha mente. Esse é o meu pequeno laboratório intelectual, onde coloco minhas maluquices na placa de Petri, vejo pelo microscópio como a divisão celular tem ocorrido e mando ver... rs... Brincadeira!


Enfim, confesso que Lucas, Anyne e Thaynam têm me seduzido há pouco mais de um ano, mas minha mente tem pedido um descanso de Alvorada. E estou com inspiração shakespeareana para escrever um thriller. Explico-me: vamos a um novo conto, em que suspense, história, literatura e romance estarão unidos como jamais consegui fazer! Perseguição policial, mistério, assassinatos, libido e muito mais!

CAPÍTULO INTRODUTÓRIO: PERPÉTUA PROMESSA!

Nossa história se iniciará na Bahia (novamente na Bahia! rs). Em pleno verão de Salvador, o Teatro Castro Alves exibe Tieta do Agreste com a casa lotada. Trinta minutos passados das 21 horas, os espectadores começam a ocupar os primeiros assentos do grande salão. A belíssima atriz Elizabeth Howard, conhecida por "Liz" Howard, encarnaria a exuberante e decidida Tieta, voltando para sua cidade natal vinte e cinco anos depois de ter sido escuraçada pelo pai conservador.
No camarim, Liz terminava de se maquiar, quando batem a porta sutilmente. "Entre!" - responde a doce atriz. Era Kate Stanley, sua melhor amiga e também atriz. Katherine fazia o papel da amargurada Perpétua Esteves. Já estava caracterizada no seu figurino dark, mas Liz percebe que sua maquiagem estava um pouco borrada. Preocupada com a amiga, Liz logo se levanta e dispensa o maquiador. "O que houve, Kate?" "Amiga, eu estou com um pressentimento muito ruim." "Quanto a que?" "Calma. Presta bastante atenção no que vou te falar. Aconteça o que acontecer hoje, quero que você fique com isso."
Katherine lhe entrega um pequeno vidrinho com um pergaminho dentro. "O que é isso, Kate?" "Nada. Guarde consigo! É um segredo que eu nunca revelei a ninguém, mas ele hoje precisa estar em boas mãos." "Kate, você está me assustando!" "Eu estou doente, Liz!" "Meu Deus, mas doente como? Por que não me disse nada antes? O que você tem?" "Liz, eu não pude dizer nada antes, mas me prometa que você guardará isso com muito carinho!" "Tá, eu prometo, mas..." "Basta! Era só isso que eu precisava saber..." "Amiga!"
O som do teatro apita. O espetáculo começaria em 5 minutos. Sem dizer mais nada, Kate sai do quarto e deixa a amiga com o pequeno frasco de vidro em suas mãos. Liz termina de se arrumar e repassa suas falas.
A peça se inicia. Kate, como a sombria Perpétua, perpassa mais tristeza do que a personagem exige, deixando a amiga preocupada. A irmã da protagonista examinava a sua misteriosa caixa branca. As carolas Amorzinho e Cinira aguardavam a amiga na sala, enquanto ela alisava a caixinha. Após tomar um pouco de suco, Perpétua guarda o objeto no armário. Coloca várias roupas por cima e fecha as portas. Perpétua, então, cai no chão. O diretor Arthur Langdoc se desespera. Não estava no script que a personagem passaria mal. As cortinas se fecham e Kate Stanley é levada imediatamente para o pronto socorro.
Os médicos diagnosticam que a atriz ingerira veneno. Langdoc está irado. Alguém tentara envenenar uma de suas melhores atrizes, no dia em que o teatro Castro Alves estivera mais cheio possível! O diretor e professor de Literatura encontraria o culpado nem que fosse a última coisa que fizesse na vida!