domingo, 6 de dezembro de 2009
A difícil arte de ser feliz
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Fugere vitae!
SEM VOCÊ (Rosa de Saron)
Minha vida, minha história
Só fez sentido quando te conheci
Seus olhos, sua face, me levam além do que pensei
Se às vezes me escondo, em você me acho
Nem dá pra disfarçar
Preciso dizer: você faz muita falta
Não há como explicar...
Foi sem você que eu pude entender
Que não é fácil viver sem te ter
Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver sem você, sem você
Foi sem você que eu pude entender
Que não é fácil viver sem te ter
Meu coração me diz que não
Eu não consigo viver sem você, sem você
Nunca sem você
Meu senhor, meu senhor eu não sou nada,
Sem você, sem você...
O texto:
Os tempos do verbo AMAR (Francisco Pereira Nóbrega)
Avisa-se a quem interessar possa que "amar " é verbo irregular. Não me peças seus tempos que todo tempo é marcha para o fim. Mas o amor, enquanto perdura, pode ser eterno.
O presente do verbo "amar" começa no passado. Quando alguém diz " te amo" , já começou a amar. Como o passado, também se conjuga o futuro. Quem disser " amanhã te amarei" está dizendo que o amor já começou.
O condicional é tempo que este verbo desconhece. Você diz "vou se" "atravesso se" - e expressa a condição. Mas o amor desconhece condições. Você vai, vem, atravessa, salta obstáculos impossíveis porque ama. Imagine que alguém amaria a jovem, "se" fosse rica. Quem assim pensa, jamais amará. Porque se ama apesar da pobreza, de tudo o mais. Condições não há. Ao final, a gente nem sabe por que ama. Ao amor não se pergunta o porquê. O amor não tem lógica. A lógica não tem amor.
Para se amar, existir é a condição única. Só isso é suficiente ao vento que leva o pólen às flores do mesmo galho, aos átomos nas moléculas, às estrelas nas galáxias. Para se amar, todo condicional é supérfluo. Nasci livre para fazer na vida o que quisesse. Mas nasci condenado a amar.
Não tem condicional este verbo, nem imperativo sequer. Se amor fosse uma ordem – de fora para dentro –em sua própria essência estaria esvaziado. O amor é o imperativo que vem de dentro. É a escravidão voluntária e gostosa. Quando ela acontece, ninguém se pertence mais.
O tempo perfeito também não existe. O amor dos humanos é feito de ciúmes, briguinhas, até gostosas demais. Ao final, toda reconciliação é maior que o atrito que passou. Nisso, os que se amam fazem consigo o que Deus faz conosco: depois de cada falta o mesmo amor.
Se não há tempo perfeito, menos ainda o mais-que-perfeito. Deixemos às máquinas, aos computadores a rotina da perfeição acabada. O amor é avesso à eterna repetição do mesmo.
A mulher se renova todos os dias, diante dos espelhos, nos mil requintes da feminilidade, buscando o mais-que-perfeito que – ela mesma sabe – é tempo que jamais conjugará. E o homem acostumou-se a dela pensar que uma face resta que ainda não foi revelada. A perfeição acabada se fossilizou no passado. O amor é futuro que nunca termina de chegar.
Todos os tempos, portanto, se confundem na irregularidade do verbo "amar". Em compensação, outros tempos restaram que noutros verbos não há. São os tempos de amar escondido, proibido, do amar inconfessável. É o verbo amar nas formas que nem se pode pensar.
E a memória registrou:
Campos dos Goytacazes, 02 de novembro de 2009.
Sem comentários!
sábado, 5 de setembro de 2009
Fasezinha gostooooosa...
Caros leitores,
Segue um trecho fantástico de um livro que li há alguns anos... Comentários estão abaixo.
"MANTENHA A SUA SENSAÇÃO DE CONTROLE
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Aniversário de 15 anos (Juliana Monteiro)
O que parecia tão distante, finalmente chegou... Falávamos dos teus quinze anos há bastante tempo! Quantas conversas, discussões, lágrimas, entre muitas outras coisas, essa festa não custou, não é?! Venho há uma semana pensando em algumas palavras para te dizer neste dia tão especial não só em tua vida, mas na vida de todos que te amam e te querem bem...
Eis que a arte de escrever, tarefa antes tão fácil para mim, transformou-se hoje numa árdua experiência. Parece que as palavras me escapam, e brincam de se esconder em minha mente... Logo hoje! Ai, é tão difícil... Tão difícil dizer tanta coisa... As palavras, por melhor escolhidas que sejam, não dão conta de transmitir tanto sentimento que há dentro do meu peito... Talvez por ser a minha irmãzinha, o meu bebê, a minha princesinha, a minha menina... Talvez por serem quinze anos... Ou simplesmente por eu amar tanto você, meu amor!
Meu Deus, como o tempo passa, sem que a gente sequer se dê conta disso... Ontem você era tão, tão menina... Tão frágil, tão garotinha... Agora me abraça tendo a minha altura... Ontem a gente fazia piscinas na areia da praia, corria pelo Caparaó, inventava mil e uma brincadeiras na casa da praia,... Hoje a gente ensaia passos da sua valsa de 15 anos...
Lágrimas me cortam a face sem nem pedirem licença... O coração parece bater descompassado, sabe, e a mente é como se se recusasse a acreditar... Que o tempo passou e que quinze anos se foram... Queria ter você sempre em meus braços, te proteger, te apertar bem forte para que nada nem ninguém pudesse te fazer mal algum... Mas tenho que te deixar viver, porque é só a vida quem ensina...
Posso é estar do teu lado, minha linda, sempre sempre sempre, em todos os momentos da tua vida... Por que? Há muitos porquês, mas o mais importante é porque eu te amo, você é parte de mim, é um dos ares que respiro, é uma das razões da minha existência...
Que Nosso Senhor te proteja, e derrame sobre você infinitas bençãos! Desejo-lhe, em primeiro lugar, muito amor e saúde. Quaisquer outras conquistas, em nossas vidas, são fruto única e exclusivamente do nosso esforço!
Que você nunca, nunca mude o seu jeitinho magnífico de ser...
Você é a irmã mais perfeita que a Vida poderia ter me dado!
Eu amo você, princesa!
Feliz Aniversário!
Do seu irmão chorão, mas que te ama mais que tudo...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Santiago de Chile - 27.07.09 2h
* Marina - Você vem em primeiro lugar, gata! Cara, quando peguei a sua mensagem de despedida ao lado do computador, chorei compulsivamente. Em duas semanas, você me ensinou a te amar, garota! Seja o que você é sempre... Linda, espontânea, sincera, de bem com a vida! O mundo precisa de pessoas que entendam que o tempo passa e que é preciso viver e não existir e, assim, fazer a diferença na vida do próximo. Você mudou a minha vida!
* Liana - Você é incomparável! Queria seus abraços todo dia, seu beijo de bom dia, seus sorrisos, seu jeitinho gostoso de viver a vida. Aprendi com você mais do que imagina que possa ter me ensinado! Não é por acaso que entramos na vida um do outro... Nunca me esquecerei que "a gente não está nesse plano para satisfazer a ninguém... vivamos, porque essa vida passa... aproveitemos e esqueçamos essa coisa de culpa...". Grande beijo, minha linda!
* Camila - "Amigo, a gente precisa conversar..." (risos). Meu coração ficou apertadinho agora em lembrar disso! Ah, te extraño tanto, cariño! Você é tão especial! Te conhecer foi demais... Demais mesmo... "Já que namorar tá difícil, vamos beber!". Sem palavras! (risos)
* Sara - Minha pseudo-francesa... Você é diferente de tudo que conheci na vida (risos)... Originalíssima! A boina, os traços franceses, o humor, o jeitinho cativante... Afinal, você não é obrigaaaaaada! (gargalhadas)... Seja sempre essa mulher espetacular que você é, afinal "o babado é certo, filha!" rsrsrsrs
* Stella - "Oh, mano, tá me tirando?" Sarang Heyo!!!! Eita coreana arretada! Linda, seja sempre essa pessoa pura que você é... Pura em todos os sentidos. Todos! O mundo precisa de pessoas que tenham a energia, a pureza, a delicadeza, o olhar, a ternura de uma criança, como você esbanja!!! Você é um ser angelical! Te conhecer foi uma experiência incrível, a ponto de me fazer rever meus próprios conceitos de "maldade", "amizade" e "inocência". Parabéns por ser quem você é!
* Leonardo - Uma pessoa insubstituível! As aulas contigo foram inesquecíveis... Divertido, original, inteligentíssimo! "Enton tá bien, neh?!" (risos). Nossa turma foi a melhor que já tive na vida... Uma integração incrível, neh?! A vida ainda te ensinará muita coisa, my dear, pode ter certeza! Grande abraço!
* Nicolas e Perroud - Vocês são duas figuras!!!! (risos). Nicolas: "Oh, Doug, me ajuda, véi, eu to borracho pra caralho...". Muito irado conhecer vocês, brothers! Valeu por tudo!
* Rebeca e Juliana - Vocês são lindas, mas são mais lindas ainda por dentro. São a prova clara de que rostinhos bonitos podem também ser pessoas inteligentes, cativantes e simpáticas. Amei conhecer vocês, meninas!
* Silvia, Cecy e Andrea - A chinesa, a brasuca e a japa! (risos)... Vocês são especialíssimas em minha vida! Obrigado por tudo que vivemos...
*Bruna e Giovana - Cuidado com o Léo, gente! Mantenham-no longe da bebida (gargalhadas)... Bruna, beba com ele, honey! É o melhor conselho que eu tenho pra te dar... Nada como emborracharse juntinho... :-)
* Raphael e Larissa - Não sei se falei isso, mas vocês formam um casal lindo! (risos). Me diverti bastante com vocês também... Vamos manter contato, beleza?
* Will, Bia, Dani, Gaby e Rodrigo - Não tivemos a oportunidade de nos conhecermos direito, mas vocês são super legais também... Amei o accento nordestino da Bia e do Will (risos). Valeu, galera!
* Emison - Falando em acento nordestino, vc é arretado hein, mocinho?! Um cara de bem c a vida, inteligente, alegre... Adorei conhecer vc, já é um amigo super especial...
Amanhã, quando estiver menos cansado, escrevo mais, galera! Boa semana a todos e boa viagem aos que ainda não voltaram para o País das Delícias...
Doug
terça-feira, 21 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Antiga descrição do meu orkut
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Tinha uma pedrinha no meio do caminho...
Adorei sua cordial resposta à crítica. Constatei vários pontos que me instigaram a alma ao ler o seu texto: a falta de academicismo é uma delas! Ora, seu tom de pseudoelitismo se apresenta tão rapidamente, meu caro? Nossa, pensara eu que iria custar a fazê-lo! Never mind...
Vamos brincar de desconstruir pontes? Olha como se brinca disso:
"Pois então, tua análise começa com uma pequena introdução de quatro parágrafos. Tu chama de introdução, mas parece mais uma sessão de massagem ao próprio ego. [Volte ao 4º parágrafo do texto em que me justifico pela introdução, e cuidado ao falar bobagem, mocinho! Coisa feia, hein?!] Na verdade o texto não tem introdução nenhuma, se não tivesse título o leitor só saberia do que se trata essa verborrose depois da citação de Voltaire. [E qual seria a graça de entregar os pontos tão depressa? Já é de praxe, num texto acadêmico, guardar as boas cartas da manga para o fim do jogo! rs] No devido texto, teus argumentos são fragéis e esparsos. Digo esparsos porque o tamanho do texto se deve a narrativas que nada tem em relação à amálise. [Vamos ver se eu entendi: meu texto tem argumentos esparsos porque é grande? Nossa, nunca soube que tamanho do texto fosse o critério para se definir a riqueza dos seus argumentos!] E são frágeis porque contradizem uns aos outros. [E que contradições seriam essas, meu caro? Não acuses sem apontar/definir as falhas. Caso contrário, fica naturalmente evidenciado sua falta de competência!] Tu citas alguém para criticar a tradução de um texto. Tu fala de raciocínio circular, mas o teu único argumento que defende Meyer é que o livro fala de amor, e que amor é bom. [Aqui então eu acho que a única coisa que posso dizer-lhe é: LEIA TODO O TEXTO OUTRA VEZ! Se fiz as citações supramencionadas, foi exatamente para trazer argumentações ricas e sustentáveis ao texto, querido, e não para mostrar excessiva sapiência. Afinal, quem muito sabe não precisa dizer que sabe, correto?] Enfim, não dou a essa aberração que você chama de texto [Ai, mas que falta de elegância! Não chamo de "texto", meu caro, chamo de CRÍTICA ACADÊMICO-LITERÁRIA! Um universitário que se pretenda profissional deve ter mais cuidado com as palavras, André!] o luxo de mais de 20 minutos do meu tempo [Tempo esse que, pelo visto, é aproveitado com comentários não-tão-cuidadosos!] e te deixo um último conselho:Dá próxima vez que quiseres refutar algum argumento, não o faça. [Amei esse final! É de uma irritação tão instigante que me conduz a orgasmos intelectuais tântricos!]"
Meu amigo, só tenho a agradecer-lhe por ter me feito rir com um comentário à altura da sua resenha! Enfim, o mundo é plural, não é, querido?!
Voltemos a Voltaire: “Não concordo com uma só palavra do que dizeis, mas defendereiaté a morte o vosso direito de dizê-lo!”
Saudações cordiais!
D. Lemos
sexta-feira, 20 de março de 2009
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Em primeiro lugar, bem-vindos ao blog!
Aqui está o link do MANUAL da Editora Abril acerca do NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Deliciem-se:
http://www.atica.com.br/novaortografia/index_.htm
Anotem as dúvidas para a próxima aula (27/03/09)!
Bom fim de semana, pupilos!
Abs.
"Tio" Douglas (rs)
sexta-feira, 6 de março de 2009
Análise da resenha sobre CREPÚSCULO do blog Lendo.Org
Após ler o seu texto sobre Twilight Saga e enviar-lhe aquele e-mail sobre a impossibilidade de comentar no seu blog, resolvi escrever-lhe esse correio.
Vou novamente apresentar-me para que, desde já, saiba que não se trata de nenhuma adolescente saindo da puberdade e que se apaixonou pelo Edward Cullen, desejando estar na pele da Isabella Swan. Tampouco sou um obcecado por uma obra a ponto de fechar os olhos para seus defeitos. Sou, diga-se de passagem, fanático pela literatura shakespeareana, mas não ponho o mestre de Stratford-upon-Avon num pedestal, como se o idolatrasse.
Meu nome é Douglas Lemos Monteiro dos Santos. Tenho 20 (vinte) anos e moro em Campos dos Goytacazes (norte do Estado do Rio de Janeiro). Curso Direito (7º período) na Universidade Fluminense (Faculdade de Direito de Campos) e também Relações Internacionais (5º período) na Universidade Candido Mendes. Em assim sendo, sou um universitário como você, e pretendo, a partir desse e-mail, debater com você (se me permite tal pronome de tratamento, já que temos a mesma faixa etária).
Para finalizar a introduction, sou professor há 8 anos (acredite! Rs). Trabalho com Português, Inglês, Espanhol, Francês e História. Amo, em primeiro lugar, a Língua Portuguesa e sou um apaixonado pela educação. Sou um pouco idealista a ponto de ainda ter esperanças de que seja essa a solução para os problemas de nossa nação.
Vamos ao que interessa...
Começaria com uma pequena citação do louvável filósofo francês Voltaire:
até a morte o vosso direito de dizê-lo!”
Pude perceber que é um homem de muita leitura e muito conhecimento de mundo. Seu blog é praticamente impecável! Suas abordagens vão da literatura clássica à contemporânea, o que também me chamou a atenção.
É uma pena que a resenha quanto às obras de Meyer fuja à toda a lógica coerente que você, por hora, apresentara em sua página virtual. Sua crítica, ainda que não seja de toda equivocada, parece um post que destoa em meio a tanta coisa bacana que você apresenta no blog.
Para início da abordagem, façamos uma análise... Em janeiro de 2008, viajei para Dublin (Irlanda), onde fiz curso de Inglês Avançado. Como requisito para aprovação final do curso, tive de dar uma palestra, uma aula sobre um tema que tivesse a ver com minha carreira. O assunto escolhido pelo professor (que era Ph.D.) foi Anarchism. Quase pirei quando ele me lançou tal desafio. Tive medo porque tenho conhecimento de História (devido a ambas as faculdades), mas não sou formado na área... Por fim, mandei um e-mail de lá para uma amiga, ex-professora minha, graduada e mestra em História, que me respondeu, salvando-me a vida (rs).
A primeira dica dela foi “Querido, Douglas, vamos começar com a seguinte orientação: os seres humanos traçam suas análises a partir de suas experiências de vida. Isso equivale dizer: são as nossas experiências que constroem, quase sempre, nossa visão de mundo. Digo isso porque não será fácil para você, num continente em que o poder estatal sempre teve uma significação mais consistente que a nossa, falar de uma doutrina filosófica que se opõem a qualquer forma de hierarquia, entende?”.
Vale registrar também que você respondeu ao último leitor do blog que o texto original não é seu, mas que era uma tradução de Rice incluindo algumas opiniões suas. Bem, para quem domina a língua inglesa e se dispõe a ler o original na íntegra e fazer as devidas comparações, verá que praticamente não há opiniões suas! Há, na verdade, uma tradução, não tão bem feita, e uma única mudança praticamente: Rice fecha a análise dando graças a Deus pelo fim da série, enquanto você se lamenta pelo lançamento de Midnight Sun. Ora, não estivesse o link do texto em Inglês disposto no início, diria eu que você violou direitos autorais. Se bem que, com ou sem ele, você ainda usou do texto como se seu fosse ao passar até os adjetivos para o masculino (“estou horrorizado!” etc). Isso não foi elegante para um estudante universitário!
Uma vez que você é aluno de 5º período de Letras, deve ter estudado, ainda mais do que eu, o que chamamos de falácias. Refiro-me àqueles erros intencionais de raciocínio, que se diferenciam, nesse sentido, dos sofismas. Pois bem, seu texto é amplamente falacioso! Erros (intencionais) de raciocínio estão por toda a parte! Talvez a mais comum tenha sido a falácia conhecida como “petição de princípios” ou “raciocínio circular”.
Há também, na resenha de Rice, André, argumentos personalíssimos! Dizer que Crepúsculo apresenta uma tendência machista é apresentar como argumento literário uma opinião pessoal bastante questionável. Poderia eu dizer também que Machado de Assis criou um estereótipo em Dom Casmurro: toda mulher dotada de beleza e sagacidade é adúltera e todo bom homem ficará com o eterno e doloroso questionamento de “Ser corno ou não ser: eis a questão!”. Entretanto, discordo de tal visão: todos sabemos que Dom Casmurro é uma obra-prima do fundador da Academia Brasileira de Letras! Capitu e seus olhos de ressaca jamais agregariam tal carga de machismo à literatura machadiana!
Se forçássemos ainda a discussão e a extendêssemos à inolvidável Romeu e Julieta, atrever-nos-íamos em dizer que a doce Capuleto apresenta-se terrivelmente submissa ao ilustre mancebo Montequio! Ora, nossa querida Julieta prefere condenar sua alma à eternidade do inferno pelo pecado mortal do suicídio a ter de viver sem a sua metade da laranja... Caro André, você por acaso encontraria embasamento acadêmico-literário para defender tal tese?
O estudo da História me ajudou a ter algumas respostas... Permita-me compartilhar algumas delas contigo! Quando trabalhei Literatura Brasileira num cursinho pré-vestibular há dois anos, usava sempre a História como irmã do conhecimento literário... O aluno de Literatura compreende melhor a análise do texto e da escola literária se tiver em sua tela mental o momento histórico referente ao tema discutido. Isso, obviamente, você sabe bem... Até melhor do que eu, após tantos debates acadêmicos de criação e estudo literários!
O ser humano começa, então, a conceber que ele é o tal... “É nóis na fita!” – como diriam os meus alunos pré-vestibulandos... Para dar ainda o golpe de misericórdia, tem-se, no século XVIII, o Enlighment: o Iluminismo ou o Século das Luzes... A razão surge como elemento explicador da realidade! A racionalidade é a resposta para como o homem do Renascimento iria apresentar soluções para o seu entorno que não pelo viés teológico.
O que me encantou na obra de Stephenie Meyer foi, a priori, o sentimento que existe entre Isabella Swan e Edward Cullen. Deve ser difícil, André, para algumas pessoas entender o fato de o vampiro “vegetariano” tentar e não conseguir ficar longe da atrapalhada filha do policial Charlie e da histérica Renée. Entender o porque de algumas páginas de Lua Nova apresentarem apenas o nome dos primeiros meses em que Bella esteve longe do seu amado. Recurso que, diga-se de passagem, eu achei inteligentíssimo!
Há uma coisa que incomoda a alguns leitores de Crepúsculo: a troca energética entre o casal principal é de tamanha amplitude que viver um sem o outro é um exercício sobrehumano. E olha que Edward nem humano é, e ainda assim viver sem o seu amor não é uma habilidade que lhe assiste! Cullen consegue ler mentes e correr numa velocidade incalculável, mas não consegue viver sem uma rélis mortal... Deve ser irrisório tal fato para alguém com uma visão tal negativa da vida, não é, André?
A relação de Bella e Edward é tão encantadora que, por diversas vezes, um prefere tomar atitudes que não lhe agrada tanto porque ver o outro sofrer lhe doeria mais... Isso tem um nome, caros leitores: AMOR! Quando se ama de verdade, você vira segundo plano em sua própria vida, porque a felicidade do outro lhe é mais importante... Ah, e isso não é submissão, não é machismo, não é renúncia à própria vida: é viver em plenitude!
Nessas horas entristeço-me com o fato de as graduações cada vez terem menos carga de humanidades... Filosofia, sociologia, política... Estão desaparecendo dos cursos superiores! Que pena! Questiono-me que tipos de profissionais estão se formando...
Douglas Lemos Monteiro dos Santos
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Capítulo VIII (Conto II)
O dia amanhecia com um sol revitalizante e convidativo, quando o celular do professor vibra sobre o criado-mudo ao lado de cama e ele se apressa em atendê-lo para não despertar o anjo de seu soninho.
“Oi, Helena! Bom dia!” “Bom dia, querido! Desculpe ligar cedo, mas tenho notícias... Boas e más!” “Começa pelo pior, vai...” “Bem, Thaynam já me ligou três vezes porque você não deu sinal de vida desde ontem. Lucas, pelo amor de Deus, quando você for pra casa de Anyne, primeiro me avise pra eu não dar mancada quanto a sua mulher e segundo ligue pra ela pra dizer que você “chegou bem” ao seu destino.” “Pode crer...” “Você conhece bem a esposa que tem, meu lindo! Ela fica preocupada se não ouve sua voz por mais de algumas horas...” (risos) “Obrigado pelos toques, amiga! E a parte boa seria...?” “Oficialmente Preservação da Mata Atlântica já é uma organização regulamentada! Já estamos em funcionamento!” “Ai, que benção ouvir isso, minha amiga! Fico muito feliz!” “Fique feliz, mas ao mesmo tempo prepare-se, porque já começamos a trabalhar hoje.” “Alguma notícia de Caio?” “Sim! O prefeito terá uma coletiva hoje, no salão do Paladium Hotel, para tratar dos planos do Águas de Alvorada Resort.” “Precisamos agir então, Helena! Esse resort não vai sair do papel...” “Já liguei pra todos da ONG e vamos armar um barraco lá hoje! (risos)” “Será que protesto é a melhor opção?” “Querido, será uma coletiva com os poderosos do empresariado baiano. Não creio que os empresários fiquem satisfeitos em ver oposição ao projeto do prefeito, veiculada ainda em rede nacional...” “Pode apostar que não!” “Nos reuniremos ao meio-dia, Lucas, na sede da organização.” “Tudo bem. Vou passar em casa agora, tomar um banho e te encontro lá em 1h e meia.” “Fechado, professor!” “Beijos, anjo!”.
O biólogo levanta-se cuidadosamente. Admira por mais um tempo a bela durmindo... A respiração leve e calma. Ele, então, passa a mão nas peças de roupa e parte para casa, deixando apenas um bilhete: “Uma noite perfeita com uma mulher mais-que-perfeita. Te amo!”. Lucas dá a volta na praça quando avista dona Harmonia. Ele pára o carro e estende a mão para cumprimentá-la.
“A benção, mainha!” Com um sorriso materno, Harmonia se aproxima do carro e põe a mão direita sobre a sua testa. “Deus lhe abençoe, professor!” “À senhora também, vixi, mainha!” “E onde vais tão cedo, filho? Não estás na universidade hoje?” “Eu e Helena vamos fazer uma mobilização em frente ao Paladium, querida, porque o seu filho estará com a coletiva do resort...” “Aquilo já deixou de ser meu filho há anos!” “Bem, mainha, seja lá como for, preciso ir...” “Que Nosso Senhor lhe guie, filho!” “Inté, mainha...”.
Dez minutos depois, Lucas entra em casa. “Meu amor, eu já estava aflita! Onde você estava?” “Thaynam, eu saí de casa não faz nem 24 horas. Estava sem sinal onde eu estava e o celular não estava funcionando bem.” “Ai, amor, liga do hotel pelo menos pra dizer que chegou bem da próxima vez...” “Ok...” – responde Lucas abraçando a esposa e beijando-lhe o pescoço. “Promete?”. “Ai, Thay, prometo!” – a mulher abre um sorriso ao mesmo tempo que beija o marido apaixonadamente.
“Gatinho, você chegou e já vai sair?” “Vou com Helena e o pessoal da ONG pra manifestação no Paladium.” “Aquele mimado do Caio não desistiu dos planos de construção do resort?” “Ao que tudo indica não, meu amor!” “E o povo ainda vota no cara! Brasileiro não sabe votar mesmo né?!” “Nós, brasileiros, aprendemos a votar por conveniência, meu amor! Infelizmente...” “Infelizmente mesmo!”. Lucas toma banho, enquanto Thaynam conversa com ele sentada no chão do banheiro, lixando as unhas. “Amor, chegou uma correspondência pra você hoje bem cedo...” “De onde?” “Sem remetente, gato!” “Estranho...” – responde um pouco intrigado. “É...” – fala a mulher concentrada nas próprias unhas.
Lucas sai do banho e escolhe uma roupa, enrolado na toalha. Joga a carta em sua pasta, quando o telefone vibra. “Mais-que-perfeita foi a noite, seu bobo! Também te amo!”. O professor abre um sorriso e Thaynam pergunta o que foi. Lucas desconversa, mas a mulher não engole a desculpa.
Não duraria meia hora para, então, Lucas estar saindo de casa e a esposa sentir um cheiro diferente na roupa que ele havia tirado e jogado no cesto. A psicóloga podia apostar que seu sexto sentido lhe dizia alguma coisa...
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Conto III - Primeiro capítulo
CAPÍTULO INTRODUTÓRIO: PERPÉTUA PROMESSA!