segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

E lá se vai 2013...

Eis que amanhã mais um ano se finda... O que dizer de 2013? Muito a agradecer e pouco a pedir! Foi um ano de saúde, sucesso e amor. Ano de vitórias, de alegrias e de paz! Janeiro começou bem: viagem a Buenos Aires. Curtimos muito por 11 dias a capital argentina. Cidade acolhedora, viva e de uma beleza incomparável! Cheia de mimos e delícias! Fevereiro nos trouxe a magia do Carnaval entre amigos e a curtição em Piúma/ES! Março e abril foram meses de muito trabalho! Mais uma turma de Relações Internacionais alegrou a minha vida... Meus pequenos grandes internacionalistas dos quais me orgulho tanto... Em maio quantos acontecimentos... Vi passar o 25º outono desta encarnação! Agradecido pela vida, comemorei com amigos e familiares. Uma viagenzinha ao Rio de Janeiro também contribuiu para dar folga ao corpo e encher de energia o espírito. E minhas pós-graduações lato sensu foram concluídas com louvor! Em junho o coração já se acelerava para outra viagem ao exterior! E, assim, julho nos levou de volta a Santiago do Chile! Lindo e gelado, o inverno chileno estava perfeito! Quantas emoções e quantas risadas rechearam esta escapulida! Agosto nos trouxe de volta à labuta... O curso técnico me descortinou duas disciplinas nas quais aprendi bem mais que ensinei... Ah, logística: como nos conhecemos melhor esse ano né, sua linda?! Setembro foi um mês de mais trabalho ainda! Provas, aulas, seminários do Mestrado... Nossa! Com sabedoria e tranquilidade, passamos por tudo! Outubro nos reservara o romantismo e a calmaria de Paraty! Que destino paradisíaco! Novembro se arrastoooou, mas três feriados nos fizeram relaxar o esqueleto! E os preparativos de ooooutra viagem... Gosto muito! Rs... Dezembro chegou com força! Viagem a Domingos Martins: incrível! Um paraíso! Ah, apesar do drama dos meus alunos, posso dizer que 2013 foi um dos anos com menores índices de reprovação... Meus alunos, em sua grande maioria, brilharam em minhas provas... O fim do ano me trouxe más notícias (doença na família), contudo grandes esperanças para o período que virá! Ah, e não poderia me esquecer das amizades que este ano me presenteou: a maior delas Cláudia Caetano! Minha Legião (eles sabem quem são...) também arrasou nas aulas e nos rendimentos! Amei! E que venha 2014! Seu lindo! Desejo: que 2014 seja um ano de CONCLUSÕES... É hora de aparar as arestas e fechar o que 2013 abriu... PS: Ah, e ano de amar ainda mais! DL S2 MW

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Às minhas crianças do ITECAM

Na carreira de um professor, muitas coisas marcam a sua trajetória! Todavia, a turma 1 do ITECAM me foi ainda mais especial... Foi uma experiência bastante interessante! Um pessoal animado, um curso exprimido já na reta final de 2011, embrionário ainda em alguns pontos, mas riquíssimo em outros!
Disciplina: Português Instrumental. Lecionar Português, todos sabem, é uma incontrolável paixão em minha vida! Embora atuasse há mais de uma década como professor de línguas estrangeiras, ensinar a minha língua materna sempre me foi um desafio! Até mesmo por a minha formação ter sido em área diversa à docente...
O convite do prof. Alexandre Said me deixou lisonjeado! Não imaginava assumir nenhum compromisso novo no último trimestre deste ano... Mas como poderia eu recusar fazer parte do corpo docente do mais novo e ousado curso da Candido Mendes? E ainda mais de Português???
Topei na hora! Radiante e feliz! Auxiliei a coordenação com o horário e, duas semanas depois, iniciávamos as aulas! Quinze alunos animados, questionadores e interessados!
Todos brilharam, mas deixo uma abraço afetuoso, em especial, para Viviane, Larissa, Márcio e Jaciane. Ousaria em fazer as minhas apostas de que vocês, meninos, vão MUITO longe... Para outros alunos também deixo um abraço, mas com um puxão de orelha (rs): Ivan, Marcelo, Diogo, Tassia, Luan... Bons alunos, mas que precisam de mais leitura... Leiam, leiam sempre! Os livros nos dão asas e, com elas, podemos voar beeeeeeeeeeeem alto!
Já estou sentindo saudade de vocês, sabiam? Momento piegas... Sentirei falta dos atrasos de Jaciane, das reclamações de muita matéria de Marcelo, dos olhares atentos de Vivi e de Larissa, das caras de sono de Ivan e de Robson (dar aula de Português não é fácil!), das escapulidas de Luan para ver a namorada (enquanto a mochila dele assistia às aulas), do estilo chique e bem arrumado da Tassia (rs), enfim, de todos vocês!
Gostaria de dizer que foi muuuuuito bom ter sido professor de vocês, que estarei sempre aqui quando precisarem e que vocês podem qualquer coisa que quiserem! Basta criar metas para seus objetivos e ir atrás delas...
Desejo-lhes um Feliz e Santo Natal! Que a paz e o amor reinem em seus lares e que suas ceias sejam repletas de ternura e afeto!
Desejo também um Ano Novo recheado de sucesso, saúde e vida!
Do resto a gente corre atrás!

Com carinho,
Tio Douglas

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Os delírios do amor e da paixão

Cansei. Cansei das definições banais acerca do AMOR. Friozinho na barriga, coração disparado, ansiedade do (re)encontro, fixação de pensamentos e espera do contato no dia seguinte não são facetas do AMOR. Tais irracionalidades juvenis são meros desdobramentos de um outro sentimento: PAIXÃO. Esta sim é arrebatadora, é instintiva, é, de fato, irracional.
De hoje em diante, sustento que o AMOR é racional. Ele não tem nada de histeria, de palpitação e tampouco de feedback orgásmico. Este último é talvez a mais interessante característica da PAIXÃO: a sensação de felicidade repentina, de euforia descompassada ou de regozijo a curto prazo. Por sua vez, o AMOR constitui um verdadeiro altruísmo egoísta. Isso porque a PAIXÃO é um constante querer ser, enquanto o AMOR é um cruel e voluntário deixar de ser.
PAIXÃO é consultar a tela do celular diversas vezes, porque tal sentimento se respalda no ser desejado, ser cortejado, ser o foco dos pensamentos do outro. Traduz-se na indagação: "Pensa em mim da mesma forma?". AMOR é enviar a mensagem: "Tem alguém pensando em você.", porque este se sustenta no inelutável desespero de desejar, de cortejar e de ter um foco em seus pensamentos. Esperar a mensagem é PAIXÃO, visto que ela é o escopo de tornar-se em... Enviar a mensagem, contudo, é AMOR, na medida em que este tem o fim de desconstrução criativa, ou, dito de outro modo, o consciente "servir a quem vence, o vencedor".
Estar apaixonado é, pois, rejuvenescer, posto que nos prestamos a cada papelão que só os adolescentes teriam a ousadia de experimentar... Apaixonar-se é regredir à deliciosa fase da vida em que cremos ser capazes de tudo (ou quase tudo). Por sua vez, estar enamorado é envelhecer, porquanto traz em si um papo de gente velha: "Lembra quando a gente...?". Enamorar-se é avançar à incrível fase saudosista da vida, em que aprende a valorar tudo: pessoas, sentimentos, situações...
No entanto, PAIXÃO e AMOR revelam-se lados de uma mesma moeda. Talvez aí esteja um dos maiores segredos dos bons relacionamentos: apaixonar-se a cada dia e enamorar-se a cada noite. Isto porque toda PAIXÃO carrega um irrefutável anseio em se tornar AMOR. Já este não receia em demonstrar sua vontade de se despir e se converter em PAIXÃO. E este ciclo é o que se conhece como RELACIONAMENTO.
Tudo que o AMOR deseja é aprender com a PAIXÃO a perder a cabeça, a entregar-se de forma despreocupada, a revelar-se frágil e indefeso, pois a carência é a marca registrada da PAIXÃO, daí o seu escopo em querer ser, para construir seu "porto seguro". Tudo que a PAIXÃO deseja é aprender com o AMOR a esperar a hora certa, a ter controle sobre si mesma e colocar-se em segundo plano, pois a renúncia é a marca registrada do AMOR, daí o seu escopo em deixar de ser, para que o outro seja por você e, assim, a sua felicidade também se completa.
Problemas começam a surgir quando PAIXÃO e AMOR se dissociam. "Tem gente que machuca os outros, tem gente que não sabe amar...". PAIXÃO sem AMOR é uma infante inconsequente, uma menina arteira... Nas palavras de Nana Caymmi, "no fundo é uma eterna criança, que não soube amadurecer...". AMOR sem PAIXÃO é um ancião rabugento! Segundo Caymmi, "amores terminam no escuro, sozinhos"...
Por derradeiro, a perfeita união entre AMOR e PAIXÃO é a única capaz de ensinar aos seres humanos o verdadeiro significado da felicidade. Aí sim poderemos parafrasear Shakira ao dizer que "caminhar fica chato quando se aprende a voar...".

terça-feira, 15 de junho de 2010

Mensagem Pós Dia dos Namorados

NAMORO NOVO

A cada dia tenho a sensação de estar “em namoro novo”. Brinco com a expressão porque o início de um namoro sempre é gostoso, o casal ainda está se conhecendo, mal sabe o que o outro gosta ou não gosta, sonha ou não sonha... “Estar em namoro novo” é aquela coisinha gostosa de ouvir o telefone tocar e sair correndo feito louco pensando, ou até mesmo dizendo: “É meu bebê!”. “Estar em namoro novo” é acordar de manhã cedo, dar aquela espreguiçada básica e pensar “Será que já acordou? Será que tomou café da manhã? Será que está pensando em mim?”.
São tresloucadas as sensações no “namoro novo”. Você fica ansioso, excitado, feliz, radiante, enfim, tudo ao mesmo tempo. A sensação é a de que o mundo vai se desfazer, vai acabar em segundos e que você precisa dizer para aquela pessoa: “Ei, psiu, te amo!”. Da mesma forma, a vontade é de ter o controle remoto da película Click: parar o cena e ficar a deliciar-se por lograr êxito em driblar o tempo para ter mais um segundo, que seja, ao lado da pessoa amada.
“Namoro novo”... Troço bão sô! As crianças já aprendem desde pequenas a curtição, e ensaiam tão logo um “tá namorando, tá namorando”... Oh, vontade de voltar aos cinco anos de idade, só para dizer: “Eeeeei, olha, to namorandoooo, to namorandoooo!”. “Namoro novo” é puro sexo! É um sexo assim quase Cirque Du Soleil (com licença poética aos autores da Terça)... É um sexo que envolve dados de posições, géis de chocolate, preservativos aromatizados e a curiosa “doceneta”.
“Namoro novo” e “doceneta” têm tudo a ver! Meus leitores puritanos exacerbados por favor não leiam o resto desta crônica. Claro, porque uma caneta que escreve no corpo e ainda tem sabor de leite condensado é uma das invenções mais revolucionárias e (diga-se de passagem) bem pensadas da indústria de produtos eróticos! Ah, “namoro novo”, “sexo” e “gargalhadas” também têm tudo a ver!
Sim, porque a carga gelada da caneta na pele produz cócegas e risos na pessoa amada, que diz, com a voz mais gostosa do mundo “Mow, pára, ker bincar mais naum... Chega di iskevê!”. “Namoro novo” é usar a bendita “doceneta” para rabiscar “Te amo” na mais suave folha de papel: o corpo da pessoa amada!
“Namoro novo” é, após um fim de semana perfeito, ouvir: “Mow, fica comigo pela vida toda?!” e sobretudo responder, estufando o peito, “Só se o para sempre começar agora!”. “Namoro novo” é ouvir “Oi, gostoso!” ao fazer aquela ligação e abrir um sorriso que custa a voltar para o lugar.
“Namoro novo” é fazer “barrinha de chocolate”, “sorvete de flocos” e “batatinha frita” virarem apelidos tão somente por ser “a primeira coisa gostosa que veio à cabeça”. “Namoro novo” é assistir a “Verônica”, “Lembranças”, “A ilha do medo”, “Tristão e Isolda”, “A órfã”, “Chico Xavier”, “Fúria de Titãs”, “Uma noite fora de série”, “Premonição 4” (dormimos, mas valeu a pena só pelo cheirinho do cangote), “Simplesmente complicado”, etc., tudo bem agarradinho e passando o dedo médio na palma da mão (nada sugestivo).
Ai ai... “Namoro novo” é recordar tudo isso em 5min, só para chegar aqui e dizer: “Amor, te amo muito, tah?!”. RS RS RS

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Por que professor?

Li uma citação maravilhosa no blog da professora Dr.ª Elenita Rodrigues, da qual virei fã (vocês já perceberam neh?! rs). Ela me tocou bastante (tanto a citação como a doutora... rs):
"Sou professor. Vou morrer professor. (...) O sonho de qualquer professor é justamente fazer alguma diferença na vida das pessoas, de seus alunos, da comunidade. Já pensei em muitas profissões, mas a cada dia mais vejo que o mais sou e quero ser é ser professor. Por isso não me preocupo muito com bens materiais. A riqueza de um professor é aprender e ensinar a aprender."
(Luiz Almeida Marins Filho)

Por uma vida um tanto menos ordinária

Galera, segue um texto magnífico, escrito pela prof.ª Dr.ª Elenita Gonçalves Rodrigues, aquela mesmo do BBB10. Para aqueles que julgam que só participam do Big Brother gostosas e gatos "corpo sem cérebro"... Cara professora, meus parabéns! Torço por você!




Por uma vida um tanto menos ordinária

Esses dias eu conheci um mocinho na balada. Muito educado, gracinha, alguns anos mais jovem. A aproximação dele aconteceu de forma direta e gentil, muito bem orientada. Desde o início ele sabia o que queria e exalava a confiança (talvez proveniente da extrema beleza) de que podia qualquer coisa que quisesse… Alguns minutos conversando comigo, ele tentou um beijo. Não dei.
Não sei dizer ao certo porque sequer troquei telefone com ele. Talvez — apesar do meu desejo — eu tenha usado aquela situação pra refletir e perceber que o discurso feminista que a gente sustenta tanto, aquele mesmo da independência e iniciativa feminina, pode gerar o efeito contrário muitas vezes.
A gente estava tendo uma conversa deliciosa… Mas quando o amigo chegou com seu olhar de reprovação vc-tá-nessa-ainda e o moço se deu conta que havia passado 30, 40 minutos conversando apenas comigo em uma boate lotada de gente (leia-se muitas possibilidades) retraiu-se. Fui educada e simpática, agradeci a companhia e saí.
Por que contar essa história? Porque eu acho que toda mulher merece um cara que gaste mais de 40 minutos, insistindo, conhecendo e se deixando conhecer antes de tentar colocar a língua dentro da boca dela. Nada contra a filosofia do “ficar”… Mas é que hoje eu vejo que a nossa vida perdeu boa parte do romance. E da corte, do flerte, da conquista, da sedução… As relações são quase todas fast-foods, e a gente tem tanta fome de viver, que vai atropelando fases e vai atropelando tudo. E mata — sem se dar conta — o tempo necessário pra perceber se aquela história podia ser mais… Se o cara era legal, ou você era legal… Vai saber.
Eu acho que eu tô ficando careta. Nunca achei que eu fosse dizer isso, mas tô. Acho que a gente veio “deseducando” os homens durante todo esse tempo, e deixou tudo tão fácil, tão disponível e tão acessível que matou todo o encanto…
Por que simplesmente não beijar o cara quando estiver com vontade? Por que relutar em atender a cada desejo e necessidade nossa (inclusive sexual) no instante mesmo em que elas aparecem? Afinal, não somos mulheres modernas? Respondo.
Porque depois de um tempo, a maioria de nós reclama de solidão e vazio. E não entende por que ele não percebeu que você é incrível e te convidou para a festa da empresa. E se sente abandonada, sozinha…
Fazer um almoço completo, com uma salada gostosa, uma massa com molhos, temperos e a proteína escolhida, pode dar o trabalho de ir pegar os tomates frescos na feira, marinar o peixe, lavar as folhas, misturar condimentos, mas traz uma experiência e um sabor que não podem ser comparados ao de passar no drive-thru daquela loja de sanduíches e ingerir em dois minutos o cheeseburguer com bacon.
Eu não quero beijos fast-food, não quero sexo fast-food. O cheeseburguer pode ter lá o seu espaço e o seu charme, mas é barato, gorduroso, faz mal pro coração e deixa a gente se sentindo feia e inchada no dia seguinte. Como nós, os homens também querem ser sacudidos até perderem o juízo, também querem se sentir vivos. Também querem se apaixonar e — por mais que neguem — encontrar aquela que enlouquecerá suas cabeças. Me chamem de quadrada, mas eu não acho que vai ser a moça cuja língua ele conheceu antes mesmo de dar oi. A mesma moça que depois, em casa, vai ficar se perguntando por que histórias incríveis só acontecem no cinema.
(Ao moço dos olhos azuis que conheci numa noite de quarta em dezembro naquela boate do lago, saiba… eu teria dado o meu telefone a você.)

domingo, 6 de dezembro de 2009

A difícil arte de ser feliz

"Hoje em dia, não há mais uma explícita, uma clara
noção do que seria felicidade, como antigamente."
Arnaldo Jabor
"Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que
a felicidade está numa caixa de bombons."
Carlos Drummond de Andrade


Felicidade... Em Latim, a palavra felix (genitivo felicis) queria dizer - originalmente - “fértil”, “frutuoso” (”que dá frutos”), “fecundo”. A raiz da palavra está relacionada, como se percebe, a "propício, favorável,..." e, por extensão metafórica de sentido, tínhamos também "afortunado", "alegre", "satisfeito"...
A noção de felicidade como um objetivo inerente a todo e qualquer ser humano é um constructo histórico. Nem os antigos nem os medievais tinham a concepção de que nasceram para serem felizes. O homem da Idade Média pensava que havia nascido para fazer o bem, e assim conseguir adentrar o reino dos céus. Perceba: "fazer o bem" numa concepção teológica, ainda que isto implicasse em renúncia da felicidade terrena, uma vez que a verdadeira felicidade encontrar-se-ia no Reino dos Céus.
Chegamos à Idade Moderna, que historicamente se inicia com a tomada da Cidade de Constantinopla (atual Istambul) pelos turco-otomanos, em maio de 1453. Sob os ordens do sultão Maomé II, que violara o Tratado Bizantino, o exército otomano toma a capital, pondo fim ao Império Romano do Oriente. A Idade Moderna estendeu-se até a Revolução Francesa, em 1789.
Eis que o teocentrismo foi, gradualmente, dando lugar ao antropocentrismo. A dúvida entre o céu e a terra, entre o perfeito-religioso e o inacabado-humano, entre regozijos terrenos ou paradisíacos, tal dúvida é, como se sabe, clássica do Barroco, uma das mais belas e significativas escolas literárias.
O homem moderno passou a ver a felicidade quase que como uma obrigação de vida. "Se não se tem certeza da existência de um plano que se sobreponha à materialidade deste, vivamos o aqui e o agora." São desse período a Reforma Protestante, o Humanismo e o Renascimento... Ser feliz era, para o homem moderno, algo mais próximo da sua realidade do que o era para o medieval.
E o que dizer do homem contemporâneo? O homem moderno viu que sem o ideário religioso também não era possível viver de forma "plenamente realizada". Nós, contemporâneos, somos, por fim, esse melting pot, esse crisol de raças que buscam feitos loucas um alicerce plausível para justificar a própria existência.
Esquecemo-nos, pois, que, na vida, não somos meros espectadores do nosso show, somos os atores desse espetáculo e, quiçá, os próprios autores dessa dádiva. Ser feliz é, antes de mais nada, assumir o controle das nossas próprias vidas. É sair do banco do carona e começar a dar os rumos dessa caminhada. Caso contrário, voltaríamos à ideia medieval de "cegueira". Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás - aprendemos com Che.
"Amar-se primeiro. Amar-lhe depois." Parece egoísta, mas não é feliz aquele que ama alguém mais que a si próprio. Convenhamos que a própria ideia de ser feliz tem a sua carga de egocentrismo. E por que não? Permitamo-nos esse deleite algumas vezes. Há um provérbio nepalês que diz que os melhores relacionamentos são aqueles em que o seu amor pelo outro é maior que a sua necessidade do outro.
O que é ser feliz? Não sei! Mas sei o que é não ser feliz... Discípulo de José Régio (poeta português) que sou, digo que primeiro defino o que não quero na vida, para depois buscar o que quero. Já fiz a minha lista de coisas que me farão feliz se eu não fizer ou tiver. E confesso: só com isso já sou uma pessoa mais feliz!
Concluo novamente com os nepaleses: "Ame profundamente e apaixonadamente. Você pode se machucar, mas é a unica maneira de viver a vida em sua totalidade."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Fugere vitae!

Tarde de segunda-feira, feriado de 02 de novembro (Finados).


A som de Sem Você (Rosa de Saron), tomando sorvete de flocos com cobertura de menta, encontrei um texto lindo e sensível. Pena que sua mensagem me machucou, de imediato, a boca do estômago e, algum tempo depois, o coração.


Bem, Luíza, Ana Cláudia, Francimara, Lívia... Leitoras que me acompanham já faz algum tempo... Meu coração, como Lívia já previra, fez besteira de novo! Haja mais esparadrapo nele!!! Rs...


Vamos à música e ao texto.


SEM VOCÊ (Rosa de Saron)


Minha vida, minha história


Só fez sentido quando te conheci


Seus olhos, sua face, me levam além do que pensei


Se às vezes me escondo, em você me acho


Nem dá pra disfarçar


Preciso dizer: você faz muita falta




Não há como explicar...



Foi sem você que eu pude entender


Que não é fácil viver sem te ter


Meu coração me diz que não


Eu não consigo viver sem você, sem você



Foi sem você que eu pude entender


Que não é fácil viver sem te ter


Meu coração me diz que não


Eu não consigo viver sem você, sem você


Nunca sem você


Meu senhor, meu senhor eu não sou nada,



Sem você, sem você...


O texto:



Os tempos do verbo AMAR (Francisco Pereira Nóbrega)


Avisa-se a quem interessar possa que "amar " é verbo irregular. Não me peças seus tempos que todo tempo é marcha para o fim. Mas o amor, enquanto perdura, pode ser eterno.

O presente do verbo "amar" começa no passado. Quando alguém diz " te amo" , já começou a amar. Como o passado, também se conjuga o futuro. Quem disser " amanhã te amarei" está dizendo que o amor já começou.


O condicional é tempo que este verbo desconhece. Você diz "vou se" "atravesso se" - e expressa a condição. Mas o amor desconhece condições. Você vai, vem, atravessa, salta obstáculos impossíveis porque ama. Imagine que alguém amaria a jovem, "se" fosse rica. Quem assim pensa, jamais amará. Porque se ama apesar da pobreza, de tudo o mais. Condições não há. Ao final, a gente nem sabe por que ama. Ao amor não se pergunta o porquê. O amor não tem lógica. A lógica não tem amor.

Para se amar, existir é a condição única. Só isso é suficiente ao vento que leva o pólen às flores do mesmo galho, aos átomos nas moléculas, às estrelas nas galáxias. Para se amar, todo condicional é supérfluo. Nasci livre para fazer na vida o que quisesse. Mas nasci condenado a amar.

Não tem condicional este verbo, nem imperativo sequer. Se amor fosse uma ordem – de fora para dentro –em sua própria essência estaria esvaziado. O amor é o imperativo que vem de dentro. É a escravidão voluntária e gostosa. Quando ela acontece, ninguém se pertence mais.

O tempo perfeito também não existe. O amor dos humanos é feito de ciúmes, briguinhas, até gostosas demais. Ao final, toda reconciliação é maior que o atrito que passou. Nisso, os que se amam fazem consigo o que Deus faz conosco: depois de cada falta o mesmo amor.

Se não há tempo perfeito, menos ainda o mais-que-perfeito. Deixemos às máquinas, aos computadores a rotina da perfeição acabada. O amor é avesso à eterna repetição do mesmo.

A mulher se renova todos os dias, diante dos espelhos, nos mil requintes da feminilidade, buscando o mais-que-perfeito que – ela mesma sabe – é tempo que jamais conjugará. E o homem acostumou-se a dela pensar que uma face resta que ainda não foi revelada. A perfeição acabada se fossilizou no passado. O amor é futuro que nunca termina de chegar.

Todos os tempos, portanto, se confundem na irregularidade do verbo "amar". Em compensação, outros tempos restaram que noutros verbos não há. São os tempos de amar escondido, proibido, do amar inconfessável. É o verbo amar nas formas que nem se pode pensar.


E a memória registrou:



Campos dos Goytacazes, 02 de novembro de 2009.

Sem comentários!


sábado, 5 de setembro de 2009

Fasezinha gostooooosa...


Caros leitores,

Segue um trecho fantástico de um livro que li há alguns anos... Comentários estão abaixo.

"MANTENHA A SUA SENSAÇÃO DE CONTROLE


Em todos os aspectos da vida, você vai sentir muito mais satisfação e menos estresse se mantiver a sensação de controle. É preciso sentir que sua vida depende de suas decisões, independentemente do que possa acontecer ao seu redor. Um relacionamento saudável lhe dará anoção de que suas decisões são importantes, enquanto um relacionamento ruim fará você achar que elas são irrelevantes. Procure manter sempre a noção de controle em tudo o que fizer.
Madge e Eddie estão casados há quase setenta anos. Durante esse tempo, viram muitas coisas mudar no mundo. O que deu tanta força para que ficassem juntos?
"O amor", respondeu Madge. "Só isso." Depois, ela ri e acrescenta: "Naturalmente, houve respeito mútuo, paciência e muito diálogo. Mas tudo isso só foi possível porque gostávamos muito um do outro e tínhamos certeza de que, apesar de todas as dificuldades de qualquer casamento, estávamos felizes quando nos sentíamos próximos um do outro."
Eddie acredita que as discussões que tiveram também foram de grande ajuda, porque ajudaram a promover os ajustes necessários e fizeram com que eles se conhecessem e se aceitassem melhor. "Digamos que alguma coisa não saísse bem. Ficávamos muito zangados. Ficávamos sem falar um com o outro. Mas, assim que a raiva diminuía, conseguíamos conversar. A certeza de que queríamos ficar juntos ajudava a superar as crises e os problemas."
Para Madge, toda essa sabedoria e esse conhecimento foram aprendidos através do "bom e velho bom senso.Você precisa dar e receber. Mas tem que manter o controle sobre si mesma todo o tempo. Nunca ir longe demais".
"Qualquer pessoa que disser que nunca discute ou briga é uma mentirosa descarada", ela afirma, baseada em sua extensa experiência.
Quando as coisas ficavam pesadas demais para Madge, ela tirava um fim de semana para dedicar-se a si mesma. Não se tratava de um gesto hostil, era apenas um sábio investimento na relação. "Ainda gosto de ficar sozinha de vez em quando", disse ela. "Se você não gosta de você mesma, como vai gostar dos outros?" Ela sorri, afaga a mão do marido: "Amo esse velho patife e não gostaria nunca de me livrar dele."
As pessoas com uma sensação de controle sobre suas vidas, seja na carreira ou no relacionamento, apresentaram uma probabilidade sessenta e seis por cento maior de se declararem felizes e satisfeitas.
Chou e Chi, 2001.


(Extraído de NIVEN, David. Os 100 segredos dos bons relacionamentos. Tradução de Simone Lemberg. Rio de Janeiro: Sextante, 2003)
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A mensagem é muito significativa né, galera?! Eu estou assumindo o controle da minha vida, depois do pay-back time. Lembrem-se sempre de que devemos nos amar primeiro, para depois amarmos alguém. Tudo bem que eu aprendi isso na marra, à base da porrada, mas... Estava com saudade de vocês, leitores lindos!
Claudinha, Lívia, Francimara, Luíza... Amo vcs!
E a vida continua... Se o maquinista te colocar pra fora do vagão do trem, erga a cabeça com dignidade, e dê tempo ao tempo... Um outro trem chegará até você! E vc subirá, cumprimentará a todos, e seguirá viagem, como se nada tivesse acontecido! Quem gosta de ser tratado a pão-de-ló, amadas, são os amigos e não os amores... Não se pode amar "demais", devemos amar "na proporção certa".
Não incorram no mesmo erro que incorri, ainda que não me arrependa de nada que vivi... Como diria Clarice: "Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento!"
Beijo grande!
Douglas Lemos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Aniversário de 15 anos (Juliana Monteiro)

Minha irmã,

O que parecia tão distante, finalmente chegou... Falávamos dos teus quinze anos há bastante tempo! Quantas conversas, discussões, lágrimas, entre muitas outras coisas, essa festa não custou, não é?! Venho há uma semana pensando em algumas palavras para te dizer neste dia tão especial não só em tua vida, mas na vida de todos que te amam e te querem bem...
Eis que a arte de escrever, tarefa antes tão fácil para mim, transformou-se hoje numa árdua experiência. Parece que as palavras me escapam, e brincam de se esconder em minha mente... Logo hoje! Ai, é tão difícil... Tão difícil dizer tanta coisa... As palavras, por melhor escolhidas que sejam, não dão conta de transmitir tanto sentimento que há dentro do meu peito... Talvez por ser a minha irmãzinha, o meu bebê, a minha princesinha, a minha menina... Talvez por serem quinze anos... Ou simplesmente por eu amar tanto você, meu amor!
Meu Deus, como o tempo passa, sem que a gente sequer se dê conta disso... Ontem você era tão, tão menina... Tão frágil, tão garotinha... Agora me abraça tendo a minha altura... Ontem a gente fazia piscinas na areia da praia, corria pelo Caparaó, inventava mil e uma brincadeiras na casa da praia,... Hoje a gente ensaia passos da sua valsa de 15 anos...
Lágrimas me cortam a face sem nem pedirem licença... O coração parece bater descompassado, sabe, e a mente é como se se recusasse a acreditar... Que o tempo passou e que quinze anos se foram... Queria ter você sempre em meus braços, te proteger, te apertar bem forte para que nada nem ninguém pudesse te fazer mal algum... Mas tenho que te deixar viver, porque é só a vida quem ensina...
Posso é estar do teu lado, minha linda, sempre sempre sempre, em todos os momentos da tua vida... Por que? Há muitos porquês, mas o mais importante é porque eu te amo, você é parte de mim, é um dos ares que respiro, é uma das razões da minha existência...
Que Nosso Senhor te proteja, e derrame sobre você infinitas bençãos! Desejo-lhe, em primeiro lugar, muito amor e saúde. Quaisquer outras conquistas, em nossas vidas, são fruto única e exclusivamente do nosso esforço!
Que você nunca, nunca mude o seu jeitinho magnífico de ser...
Você é a irmã mais perfeita que a Vida poderia ter me dado!

Eu amo você, princesa!

Feliz Aniversário!

Do seu irmão chorão, mas que te ama mais que tudo...


Douglas Lemos